O estatuto da casa mudou radicalmente assim que a Covid-19 entrou nas nossas vidas, uma nova realidade que vai deixar marcas mesmo com a pandemia mais controlada. Um estudo realizado pela Leroy Merlin em Portugal e que contou com a participação de 629 pessoas, concluiu que 85% dos inquiridos passaram a atribuir um papel diferente à sua casa e 92% vai continuar a usar a sua habitação como um espaço de excelência para a realização de atividades como por exemplo, para trabalhar, praticar exercício físico, relaxar, brincar com os filhos e passar tempo com a família e amigos.
O estudo “Uma (nova) casa portuguesa, com certeza” que teve o objetivo de conhecer a forma como os portugueses olham para o espaço da casa, mostrou ainda que 60% da população inquirida passou a dar mais valor à sua casa hoje em dia.
Ainda assim, em termos de desafios, a principal dificuldade que o contexto pandémico veio trazer foi o equilíbrio entre o espaço pessoal e profissional, sendo que apenas 45% dos portugueses sentem que a casa é um lugar onde conseguem conciliar a vida pessoal e profissional. Sobre este equilíbrio, é a faixa etária mais jovem (dos 18 aos 25 anos) onde esta conciliação parece ser mais fácil.
“Olhando para a casa do futuro, mesmo estando no top of mind a necessidade de fazer remodelações e ajustes nas suas habitações próprias, 54% dos portugueses afirmam que vão continuar a habitar a casa onde já vivem”, diz o estudo. A faixa etária mais jovem, por seu lado, considera mais a hipótese de mudar de casa, privilegiando um espaço mais eficiente, mais sustentável e que tenha, sobretudo, um canto dedicado a convívios sociais.
“Este estudo veio reforçar a importância que damos ao conhecer bem os nossos clientes e antecipar as suas necessidades. Sabemos que ao longo dos últimos dois anos a casa passou a ser um espaço vital na nossa vida – assistimos a uma verdadeira homification da nossa vida”, refere João Lavos Líder Desafio Marca, Impacto Positivo e Serviços da LEROY MERLIN.
Mais bricolage, cozinhados e jardinagem
Por ser hoje um lugar de destaque nas suas vidas, o conforto é uma das prioridades dos portugueses em termos de melhorias no espaço da casa. 60% dos portugueses pretendem atualizar a decoração do espaço para tornar a casa mais acolhedora, ao passo que 54% consideram mais prioritário melhorar a eficiência energética da casa (por exemplo, ao nível do isolamento térmico e acústico, energia solar, etc.). De destacar ainda que 47% dos portugueses pretendem remodelar alguma divisão tendo em conta as novas necessidades.
E quando pretendem fazer estas remodelações? 46% dos portugueses apontam fazer este investimento na casa num período de seis meses a um ano, apostando essencialmente na decoração do espaço, na otimização energética e na reestruturação das divisões – de modo a satisfazer as novas necessidades que o contexto pandémico acarretou consigo.
Os novos tempos trouxeram assim uma vontade renovada em realizar projetos DIY (Do it yourself) em casa, afirma-se no estudo. 57% dos portugueses referem ter realizado projetos de bricolage, decoração ou jardinagem e quase metade, investiu tempo em melhorar a sua casa durante o período em que estiveram em confinamento. 44% dos portugueses referem mesmo que descobriram novos hobbies relacionados com o espaço da casa. E que atividades são estas? No topo da lista está a cozinha: 72% dos portugueses afirmaram que a culinária passou a estar na sua lista de atividades em casa (algo que predominou entre os mais jovens e as mulheres portuguesas). Entre os mais velhos e os homens, as preferências pendem mais para os pequenos arranjos e para a bricolage.
A incursão em projetos DIY acabou por se intensificar mais na região Centro e Algarve, a par de um maior número de pesquisas sobre como melhorar o espaço casa, na região de Lisboa. Por um lado, as casas com mais elementos – seis ou mais – foram as que se dedicaram mais a atividades DIY e que procuram saber mais sobre o seu espaço e, por outro lado, as famílias menos numerosas, investiram mais do seu tempo em potenciar o máximo conforto no lar. Os pequenos arranjos e bricolage ocuparam os dias dos mais velhos (56-65), arrumar e organizar a casa parece ter sido uma preocupação dos indivíduos de meia idade (46-55) e o gosto pela culinária, parece ter invadido a casa dos mais jovens (26-35).