A zona do grande Porto continua imparável na sua capacidade de atração de empresas (maioritariamente internacionais) apesar de todo o contexto pandémico: só no terceiro trimestre, o mercado de escritórios registou uma ocupação total de 10.269 m2, um valor 6% acima da procura verificada no mesmo período em 2019, conseguindo assim esbater a desaceleração durante o confinamento e em linha com a retoma da atividade empresarial que se vem registando desde junho. Dados integrados no “OnOffice”, relatório publicado pela consultora Predibisa, que colocou cerca de 33% da área total absorvida e mais de metade do número de transações neste período.
Se em termos de área houve um aumento, em número de transações registou-se, ainda assim uma quebra de 8% em comparação com o período homólogo, mas aumentou o valor médio contratado por operação, fixando-se este nos 934 m2, 16% acima do valor registado no mesmo período de 2019. Já no acumulado do ano, o Porto encontra-se 28% acima do ano anterior no volume de absorção.
Apesar da evolução aceitável tendo em conta a atual conjuntura, Graça Ribeiro da Cunha, responsável da Predibisa para a área dos Escritórios, admite que a pandemia trouxe cautela, com as empresas a demorarem mais tempo a fechar negócios. “O mercado de escritórios do Porto continua atrativo na captação de novas empresas que se pretendem instalar na cidade, apesar de atualmente o processo de decisão e negociação ser mais longo. Nos últimos meses verificou-se a tendência de procura por áreas menores, principalmente por empresas que já se encontram instaladas no Porto. A análise de novos projetos continua numa incerteza e notamos um adiamento no processo de decisão, fruto da atual conjuntura económica. Em todo o caso, estamos confiantes que o Porto continuará no radar dos investidores e que fecharemos o ano com um resultado positivo, apesar do impacto da pandemia”, sublinhou a responsável.
Por áreas geográficas, o destaque vai para a zona central da cidade com cerca de 70% das operações transacionadas centradas no chamado Central Business District (CBD), na Boavista. Segue-se a zona de Matosinhos com 17% da área colocada e a zona da Baixa, com 13%.
O principal fator de motivação das empresas para a procura de novos espaços de escritórios na região continua, tal como no semestre anterior, a centrar-se sobretudo na expansão de área, correspondendo a 55% da zona arrendada. Um dado que contrasta com o período homólogo, no qual o motivo de expansão de área era responsável por apenas 33% da absorção de 2019. Os restantes 45% prendem-se sobretudo com o motivo de mudança de instalações (31%) e com a chegada e instalação de novas empresas no Porto, cerca de 14%.