No 2º trimestre de 2020 foram adquiridos 233 imóveis residenciais no centro de Lisboa por compradores oriundos de 31 países estrangeiros num total de €112,3 milhões. “Tal representa uma redução de 50% em número de imóveis adquiridos e de 53% em montante investido face ao trimestre anterior, além de apresentar um leque de nacionalidades investidoras mais reduzido”, revela a Confidencial Imobiliário no âmbito do SIR-Reabilitação Urbana. No 1º trimestre do ano, contabilizaram-se 466 imóveis adquiridos num total de €238,8 milhões no centro de Lisboa, com 49 nacionalidades ativas.
“Este forte abrandamento do investimento internacional em habitação nas zonas mais centrais de Lisboa reflete, sobretudo, o impacto da pandemia nos fluxos de capital internacional direcionados ao mercado português. Contudo, o Índice de Volume de Vendas a Internacionais que a Confidencial Imobiliário apurou para este território mostra que este mercado dava já sinais de alguma perda de força no momento pré-Covid”, nota Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.
O economista lembra que já no 2º e 3º trimestres de 2019 observaram-se quebras trimestrais de 9,5% e 14,1%, respetivamente, nas vendas a estrangeiros, com o 1º trimestre deste ano a evidenciar nova queda, de 9,1%. “Tal poderá ter sido uma reação ao anúncio de novas medidas fiscais e legais referentes aos programas de captação de investimento estrangeiro”, referiu ainda.
No 2º trimestre, os compradores oriundos da China foram os mais dinâmicos, com uma quota de 33% no volume de investimento internacional. Seguem-se os franceses, com um peso de 13%, os brasileiros, com 7%, os norte-americanos, com 6%, e os britânicos, com uma quota de 5%.
A freguesia Estrela, com cerca de €25,4 milhões investidos, e Santa Maria Maior, com €23,5 milhões, foram os principais destinos de investimento estrangeiro no 2º trimestre, evidenciando-se ainda a freguesia de Santo António, com um investimento de €17,8 milhões. As restantes freguesias receberam menos de €10,0 milhões de investimento internacional em habitação neste trimestre.
O abrandamento do investimento estrangeiro entre os dois trimestres foi transversal a todas as freguesias, sendo a Estrela uma das que menos perdeu dinâmica, com uma queda de apenas 12% no montante transacionado. Em Santa Maria Maior, a queda foi de 50% e em Santo António de 63%.