Sem surpresas, o valor do investimento imobiliário na chamada Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa sofreu uma quebra de 54% entre os meses de abril e junho, já em plena pandemia. Dados da Confidencial Imobiliário mostram que na ARU (área que cobre todo o território da cidade, excluindo algumas zonas como o Parque das Nações, as Laranjeiras ou a Alta de Lisboa), o montante investido totalizou €603,6 milhões (correspondentes a 1.525 imóveis transacionados), 54% abaixo dos €1.303 milhões transacionados no 1º trimestre do ano, apresentando ainda uma queda de 48% face aos 2.913 imóveis adquiridos.
Os dados, que incluem transações de todo o tipo de imóveis (desde prédios a frações a diversos segmentos, desde residencial a comercial, serviços ou terrenos), apontam ainda para um montante médio por operação no 2º trimestre diminuiu, atingindo os €396.307, valor que fica €54.995 abaixo (-12%) dos €451.301 registados no 1º trimestre do ano.
No 2º trimestre, a habitação manteve-se como o setor de maior captação de investimento, agregando €529,9 milhões (88% do total), seguido dos ativos de comércio/serviços, que movimentaram €56,3 milhões (9%). Este último segmento foi o mais atingido, observando uma queda trimestral de 76% no montante investido, enquanto na habitação a diminuição foi de 47%.
As freguesias de Santo António (€86,4 milhões), Estrela (€61,5 milhões), Santa Maria Maior (€61 milhões), Avenidas Novas (€51,9 milhões) e Arroios (€50,8 milhões) foram os principais destinos do investimento no 2º trimestre. O investimento perdeu ritmo em todas elas, com quedas trimestrais de 35% a 58%, uma tendência que foi transversal a todo o território.