2020 começou radioso para o turismo nacional e nessa altura longe vinha ainda o filme de terror em que nos encontramos. O ano de 2019 tinha acabado de findar com um número histórico de turistas – 27 milhões – que animavam as ruas e a economia local das cidades que visitavam. Um fluxo que consolidava uma tendência dos anos mais recentes e que levou muitos investidores a apostar na hotelaria.
Investidores que foram apanhados de surpresa em março quando a pandemia chegou a Portugal mas que já não puderam suspender as obras de novas unidades hoteleiras, agora, desoladoramente, à espera do regresso dos turistas. Segundo um relatório da consultora Worx que analisou dados do Turismo de Portugal, a oferta de unidades hoteleiras este ano regista um aumento de 47 novos estabelecimentos, um acréscimo de mais 3 178 quartos no mercado nacional.
“Entre as maiores aberturas deste semestre destacam-se o Wyndham Grand Algarve (recentemente alvo de renovações profundas), o Selina Peniche, o Vila Galé Serra da Estrela e o Vila Galé Collection Alter Real (em Alter do Chão, Portalegre), do mesmo grupo, e o Ibis Porto no mercado do Bolhão do Grupo Accor”, diz a Worx, referindo que “alguns hotéis aproveitaram também este tempo para fazer renovações/melhorias nas suas infraestruturas”.
Relativamente aos projetos em pipeline, estão projetados mais de 190 hotéis até 2022, embora a pandemia possa atrasar o arranque e licenciamento de alguns destes projetos, apesar do ritmo das atividades de construção não ter abrandado com a pandemia. “O investimento no setor turístico voltou a revelar dinamismo durante o 1º semestre, marcado por três transações que perfizeram um montante muito semelhante ao período homólogo”, diz ainda a Worx. A maior transação deste semestre envolveu cerca de 300 milhões de euros na aquisição de um portefólio de hotéis da cadeia hoteleira Hotéis Real. É também de destacar o negócio do Hotel Lake Resort em Vilamoura e um outro que envolveu três hotéis do grupo Galo Resort, ambos com valores de transação confidenciais.