A boa gestão sanitária do surto da Covid-19 já está a ter impacto positivo nos preços da casas de luxo em Lisboa. Segundo uma análise da consultora imobiliária internacional Knight Frank, a capital portuguesa está num restrito grupo, juntamente com mais três cidades – Mónaco, Xangai e Viena – onde os preços não só não irão baixar em 2020 como até subirão moderadamente (entre 0,1% e 5%).
A análise da consultora analisou 20 grandes cidades e nas restantes 16 os preços da habitação de luxo deverão estagnar ou mesmo cair, como se prevê em Espanha, Berlim, Paris ou Nova Iorque.
Entre as cidades mais penalizadas, com descidas superior a 5% em 2020 estão Buenos Aires, Bombaim, Hong-Kong, Singapura e Vancouver.
Na previsão mais alargada, para 2021, Lisboa volta a surgiu no pódio das cidades mais valorizadas para o mercado de luxo, em parceria com Londres. Kate Everett-Allen, Head of international residential research da Knight Frank, sublinha no estudo que “Londres e Lisboa liderarão o crescimento no próximo ano, com uma previsão de aumento de preços superior a 5%”, ainda que se assistirá “ a uma pequena recuperação na maioria dos mercados”.
A valorização em Lisboa será alicerçada novamente na expetativa de bons resultados da gestão da crise, potenciada pela procura, que se manterá e a pouca oferta de imóveis para este segmento. Em Londres, a estabilidade política vai pesar também na confiança junto do mercado, com impacto direto nos preços do imobiliário.
A imprensa espanhola, que noticiou também o estudo, tem dado destaque à consolidação do mercado português. O jornal digital “El Confidencial”, por exemplo, destaca em título “Lisboa ganha impulso contra Madrid como referência em habitação de luxo”.
Segundo a consultora Knight Frank, Madrid, um dos principais concorrentes da capital portuguesa neste segmento, deverá sofrer uma queda de aproximadamente 4% em 2020 e um crescimento de 3% em 2021 “aproximando-se dos níveis anteriores à chegada do covid-19 “.