O país está a unir-se perante o impensável e multiplicam-se as iniciativas de solidariedade. O sector da hotelaria e do alojamento local não é excepção e diariamente estão a surgir ofertas de disponibilidade de espaços para acolher profissionais de saúde que necessitem de ficar em quarentena devido ao surto do coronavírus.
No Porto, numa ação coordenada pela própria autarquia, vários grupos hoteleiros e proprietários de unidades de ‘short-rental’ vieram já disponibilizar as suas instalações. Até ao momento estão já reunidos cerca de 180 quartos/apartamentos para estes profissionais, que no final de um longo dia de trabalho podem assim descansar em segurança, sem colocar em eventual risco de contágio as suas respectivas famílias ou caso estejam já infectados, necessitem de ficar em quarentena.
Também a ALEP (Associação do Alojamento Local em Portugal) está a trabalhar na mesma sintonia. Em comunicado ontem divulgado, a associação adiantou que está a ser criado um plano de cedência de espaços, um processo que envolve “a Direção Geral de Saúde (DGS), as Ordens Profissionais e restantes entidades públicas para a formalização de protocolos que assegurem o respeito por todas as orientações de prevenção e controlo de infeção divulgadas pela DGS”.
A associação e a plataforma Alojamento Local – Esclarecimentos, que lançou o repto, adiantou que estão a ser definidas as medidas de higienização e prevenção bem como o modelo de condições de cedência, “de modo a assegurar um mecanismo de cobertura dos custos básicos dos titulares de Alojamento Local (água, eletricidade, gás, internet/TV), bem como as necessidades de serviços de limpeza e tratamento de roupa”.
“Sabemos que situações extremas exigem medidas extremas, mas estamos a lidar com uma pandemia e as condições de segurança e higiene têm de ser rigorosamente acauteladas para proteção de todos. Nesse sentido, sugerimos a todos os Associados e Titulares de AL que por uma questão de segurança, aguardem mais uns dias antes de disponibilizarem os vossos alojamentos, até termos um programa validado pelas entidades oficiais da área da Saúde e das restantes entidades”, referiu-se ainda no comunicado.