Faz parte do top 3 dos melhores concelhos para se viver em Portugal, logo a seguir a Lisboa e Porto (no estudo Portugal City Brand Ranking, da Bloom Consulting), um estatuto que Cascais quer manter e que ajuda a alavancar vários projetos, alguns dos quais fazem parte das novidades que irão arrancar já este ano e que foram apresentados nesta quinta-feira pela mão de Carlos Carreiras e Miguel Pinto Luz, presidente e vice-presidente da autarquia, respectivamente.
É o caso da política de habitação pública que contempla um investimento de 150 a 200 milhões de euros para a construção de “3.000 fogos para a classe média e para os jovens, a preços acessíveis”. Uma promessa deixada pelo presidente da autarquia que adianta já estar em andamento o concurso de arquitetura que irá movimentar esta oferta habitacional, num prazo “que será para além de 2023”.
O autarca reconheceu que Cascais “é um dos concelhos com maior pressão no preços das casas”, daí a necessidade de atenuar essa evolução com medidas desta natureza e outras, como as fiscais e onde se inclui a redução que tem vindo a ser feita no IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis).
Parte desta oferta irá servir os estudantes universitários que a Baía do Conhecimento, o novo projeto que integra o campus da Nova, em Carcavelos, está a atrair. Depois da faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa inaugurada em 2018, o objetivo é avançar com uma escola de enfermagem e laboratórios de investigação na zona oeste da Praia de Carcavelos (o campus saúde) e novas instalações para Faculdade de Direito da Nova, na zona leste da praia de Carcavelos.
“Captar talento e conhecimento para o concelho é, sem dúvida, o nosso principal motor de desenvolvimento”, fez questão de sublinhar o presidente de câmara, durante a apresentação, adiantando que “há mais instituições que estão a negociar a sua entrada no concelho”.
A expectativa é que até 2021, e contabilizando também os alunos da Escola de Saúde de Alcoitão e da Escola Superior de Hotelaria e Turismo, no Estoril, a população universitária chegue aos cerca de 20 mil alunos.
Para acautelar este acréscimo populacional e dar melhores condições aos atuais utentes, a câmara de Cascais vai arrancar este ano com a construção de dois novos centros de saúde – em Cascais e Carcavelos – e ampliar o atual centro de saúde de São Domingos de Rana, num investimento acima dos 15 milhões de euros.
Mais do dobro, mais especificamente 39 milhões retirados do orçamento municipal, serão também canalizados para reabilitar este ano as escolas secundárias do concelho, algumas a funcionar “com caractér provisório há 45 anos”, disse Carlos Carreiras.
Numa ótica mais cosmopolita, o destaque foi para a nova marina cujas obras vão arrancar no primeiro semestre deste ano e que além de espaços de escritórios, coworking e restauração (60% dos espaços já estão comercializados), terá também um hotel de luxo, o SO Hotel Cascais by Sofitel.
Mantendo esta onda mais internacional e inclusiva é também de destacar o projeto do Museu Judaico que vai ser inaugurado dentro de três meses e que agrega uma biblioteca, salas de aula, espaços de reunião e oração e um centro para estudos judaicos.