O investimento estrangeiro em habitação na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa ascendeu a €343,9 milhões no primeiro semestre de 2019, um crescimento de 10% face aos €311,8 milhões registados no 1º semestre de 2018.
Em termos de representatividade, o
investimento internacional apresenta um peso de 34% no total
do investimento por particulares em habitação na ARU de
Lisboa (praticamente todo o concelho, excetuando os territórios do
Parque das Nações, Alta de Lisboa e Telheiras) no 1º semestre de
2019, o qual ascendeu a €1,02 mil milhões. Os dados são
apurados pela Confidencial Imobiliário no âmbito do
SIR-Reabilitação Urbana e consideram o perações de aquisição
de imóveis residenciais concretizadas por particulares.
“O
investimento internacional em habitação continua muito robusto
e dá continuidade à forte dinâmica do ano passado, quando se
atingiu um patamar inédito de €694,3 milhões. Nos dois
anos anteriores, tal atividade situou-se entre os €300 e os €375
milhões anuais, ou seja, transacionando-se por ano praticamente o
que se está a transacionar atualmente por semestre. Outro
indicador do forte interesse dos estrangeiros por Lisboa é o
aumento do ticket médio por operação, que passou de
€393,2 mil (1º sem. 2018) para os atuais €453,0 mil, ficando
46% acima do ticket dos nacionais, que se manteve
praticamente inalterado em torno dos €306 mil”, comentou
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial imobiliário.
O
investimento internacional foi protagonizado por compradores de
70 nacionalidades, envolvendo países de todo o mundo. França
(21% do investimento internacional), China (14%), Brasil
(8%), Estados Unidos (5%) e Reino Unido (5%) são os mercados
internacionais mais dinâmicos na compra de casas, embora outros
oito apresentem já quotas no volume investido superiores a 3%.
Nomeadamente, África do Sul, Turquia, Índia, Itália,
Alemanha, Suécia, Vietname e Bélgica.
Em
termos geográficos, as freguesias da Misericórdia e de Santa
Maria Maior são os principais destinos do investimento
estrangeiro em habitação, acolhendo investimentos de
€55,5 milhões e €54,9 milhões, respetivamente, e uma quota
semelhante de 16%. Destacam-se ainda Santo António com uma
quota de 12% e €42,8 milhões investidos e Arroios, com
uma quota de 11% respeitante a €38,3 milhões. Nestas quatro
freguesias, o investimento internacional tem uma forte
representatividade, sendo que em Santa Maria Maior, os
estrangeiros são mesmo responsáveis por 80% de todo o investimento
em habitação no semestre, enquanto que na freguesia
da Misericórdia esse peso é de 54%. Em Santo António e
Arroios esse peso é de, respetivamente, 48% e 47%.
Denota-se,
contudo, um crescente interesse dos estrangeiros por outras
zonas da cidade, com as freguesias da Ajuda, Benfica, Carnide,
Campolide e Areeiro a registarem os mais fortes crescimentos
no investimento estrangeiro face ao mesmo período de 2018 (entre 70%
e 165%), ainda que mantenham quotas no total do investimento
abaixo dos 2%. Neste conjunto de freguesias, os estrangeiros
representam no máximo 25% de todo o volume investido na
respetiva freguesia, atingindo-se um mínimo de 6% em Benfica.