Temos assistido, nos últimos anos, a um crescimento acentuado da oferta de Alojamento Local nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, que mais do que parte do mercado nacional, são cidades que passaram a integrar um mercado global. Embora este crescimento de número de turistas traduza uma certa percepção de descaracterização dos principais bairros históricos, o certo é que, para Carlos Penalva, fundador da Quintela e Penalva Real Estate, isto “faz parte do processo normal de maturação do mercado imobiliário português. A verdade é que o turismo tem vindo a ocupar maioritariamente imóveis que desocupados, que foram reabilitados por investidores nacionais e posteriormente internacionais. Este crescimento tem permitido criar condições para a reabilitação de imóveis devolutos, gerando mais receitas municipais e desta forma temos verificado uma melhoria significativa na qualidade de vida dos principais centros urbanos”.
O Alojamento Local, é, assim, preponderante na valorização imobiliária. No entanto, nem tudo são benefícios nesta atividade. “A concentração de estabelecimentos turísticos poderá ter implicações negativas para o mercado imobiliário, devido à diminuição da segurança, ao ruído e ao lixo provocados pela aglomeração turística, a juntar à já referida descaracterização dos bairros históricos. Fatores que têm vindo a afastar os residentes do centro de Lisboa, por exemplo, para as periferias”, refere o responsável. Uma solução, segundo Carlos Penalva, poderia passar pela definição da quantidade mínima de unidades de Alojamento Local com as quais um investidor terá que operar, bem como a definição da qualidade mínima do alojamento e serviços associados que a mesma terá que oferecer. “Desta forma seriam garantidos standards uniformes de qualidade. Além de que esta medida permitiria criar uma separação mais profissional, natural e transparente entre o mercado de Alojamento Turístico e Alojamento Local”.
Para fazer face a este aumento de procura, a Quintela e Penalva criou este ano o departamento de Concierge e Relocation, que veio oferecer um conjunto de serviços – de gestão, organização e agilização – para os clientes portugueses e sobretudo estrangeiros que vêm viver ou investir em Portugal. “Este departamento tem vindo a crescer e presta um serviço personalizado ao cliente. No fundo, veio colmatar necessidades desses clientes, que precisavam de decorar os apartamentos e preparar os mesmos para os colocar no mercado”, conclui Carlos Penalva.