O alojamento e restauração é um dos setores que revela maior “vitalidade” na economia portuguesa, registando “o maior crescimento percentual de nascimentos de novas empresas na última década”. As conclusões chegam do Barómetro Informa D&B, da Dun & Bradstreet, empresa que compila informação local e global sobre empresas e que atua em 221 países.
O barómetro permite ainda concluir que “o nascimento de empresas neste setor cresceu quase 70% na última década, evoluindo de 3 105 empresas criadas em 2008 para as 5 183 durante o ano de 2018”. Estes números referem-se apenas a sociedades, não incluindo os empresários em nome individual.
Dentro deste sector, destaca-se o subsetor “Alojamento de curta duração” que cresceu mais de 25 vezes entre 2008 e 2018. Recuando uma década, o número de novas empresas criadas nesta área não ía além das 40 a nível nacional. Já no ano passado, o número disparou para 1 083, uma média de três novos espaços criados diariamente a nível nacional. “Um crescimento especialmente notório na segunda metade da década, já que em 2013 tinham sido criadas 150 empresas neste subsetor”, sublinha-se no estudo.
Entretanto, as mexidas da lei do alojamento local e as recentes restrições em certas zonas já se refletem nos números e “o primeiro trimestre de 2019 mostra já uma quebra de 15% face ao ano anterior”. Outro dado apurado mostra que as empresas do setor encerram com uma idade inferior à média do tecido empresarial.
Mas é a restauração que regista o maior número de novos espaços ao longo dos anos: em 2008 abriram portas 1 651 espaços, uma década depois foram 2 446 novas aberturas.
“O subsetor ‘cafés e pastelarias’, apesar de uma evolução positiva na década quanto ao número de novas empresas, tem um crescimento mais moderado, com 689 novas empresas em 2008 e 782 em 2018″, analisa-se ainda no barómetro da Informa.
O único subsetor a registar um decréscimo no nascimento de novas empresas é o das ‘bebidas’, com 424 novas empresas em 2008 e 323 em 2018.
O rácio entre nascimentos e encerramentos (quantas empresas nascem por cada uma que encerra) é também bastante diferente conforme o subsetor. O ‘Alojamento de curta duração’ regista um rácio de 11,2 e, bastante mais abaixo, ‘Hotelaria e turismo rural’ com 3,6, ‘restauração’ com 2,3, ‘Cafés e pastelarias’ com 1,4 e ‘Bebidas’ com 1,3. A média do setor é de 2,4, semelhante à da totalidade do tecido empresarial.
Na última década, as empresas do setor do Alojamento e restauração, quando encerram, fazem-no com uma idade média de 11,2 anos, ligeiramente mais baixa que a média dos encerramentos do tecido empresarial, que é de 13,2 anos.
À semelhança do tecido empresarial, as insolvências no setor do Alojamento e restauração registaram um crescimento significativo até 2013, passando de 52 novas insolvências em 2008 para 457 em 2013. Após esse ano, iniciaram um ciclo de descida que se mantém até hoje.