Lisboa está na rota dos investidores em várias áreas mas não no mercado dos espaços de coworking onde a capital portuguesa surge apenas em 37ª lugar entre as cidades europeias com potencial de crescimento neste segmento, segundo o “European Coworking Hotspot Index”, estudo realizado pela Cushman&Wakefield (CW).
“Lisboa conta hoje com uma oferta de coworking que ronda os 50.000 metros quadrados, representando menos de 1% da oferta total da cidade.”, refere o relatório, justificando o “posto pouco representativo em grande parte impactado pela reduzida dimensão da nossa economia e do mercado de escritórios”. Entre outros fatores está “a legislação pouco flexível do mercado de trabalho, penalizam igualmente uma abordagem menos convencional ao mercado de trabalho”, acrescenta-se ainda.
A liderar a tabela das cidades com mais potencial de crescimento para os escritórios flexíveis e áreas de coworking estão Amesterdão, Estocolmo, Helsínquia e Dublin. Amesterdão é, aliás, a cidade da Europa com o maior peso relativo deste formato – a área de espaços de coworking representam 6% do total da oferta de escritórios, face a uma média europeia de 2%.
Mas em termos globais, Londres é a cidade europeia com maior atividade a este nível: “neste mercado o coworking representa hoje 4,6% da oferta total de escritórios, ou seja mais de 1,1 milhões de metros quadrados. A cidade de Nova York revela também um peso importante deste novo conceito de escritórios; em conjunto, ambas as cidades, Londres e Nova Iorque, representam 22% da oferta total de coworking do mundo”, aponta a CW, que monitoriza 11 milhões de metros quadrados de espaços de coworking, escritórios com serviços partilhados e espaços flexíveis.
Marta Esteves Costa, diretora de Research da Cushman & Wakefield lembra que “o crescimento do coworking está a forçar operadores e proprietários a repensar todo o design e fit-out dos espaços tradicionais de escritórios para acomodar as necessidades deste novo tipo de ocupação.”
Lisboa, apesar do lugar que ainda ocupa, “por ter registado um crescimento significativo das áreas tecnológicas e por uma abordagem cada vez menos tradicional ao mercado de trabalho, vai certamente impactar o crescimento dos espaços flexíveis, sendo expectável que no futuro Lisboa suba no ranking do potencial de desenvolvimento de espaços de coworking”, conclui ainda Marta Esteves Costa.