Richard Osman pode ser um nome desconhecido para muitos, mas este britânico de 50 anos, nascido em Billericay, na tranquila região de Essex, pode estar a caminho de se tornar um fenómeno global. Comediante, produtor e apresentador popular de um concurso de perguntas e respostas da BBC, Pointless, ele transformou-se do dia para a noite num autor best-seller com este romance de estreia publicado em 41 países – já tem contrato para escrever mais três livros. E tem sido celebrado como o autor que rivaliza com o fenómeno Harry Potter, de J. K. Rowling: desde 1997, data em que a autora lançou as aventuras do seu pequeno feiticeiro com o primeiro de sete volumes, Harry Potter e a Pedra Filosofal, que não havia um entusiasmo semelhante em volta de um livro em terras de Sua Majestade. Osman vendeu mais de 700 mil exemplares na Grã-Bretanha em menos de quatro meses, e o livro já soma agora mais de um milhão e 400 mil exemplares vendidos. O Clube do Crime das Quintas-Feiras chegou este mês a Portugal. Conversámos via Zoom com o autor inglês, neto de um polícia e ávido admirador das novelas policiais de Val McDermid e de gurus do humor sarcástico britânico como P. G. Wodehouse e Muriel Spark. E sentimo-nos em casa.
O que o levou a escrever este livro?
A minha mãe vive num lar em Inglaterra e aquele sítio parece digno de um romance de Agatha Christie. Pensei: “E se houvesse aqui um assassinato?” Todas as pessoas que lá vivem têm mais de 70 anos, todas tiveram vidas extraordinárias. “Estas pessoas teriam, de certeza, capacidade para identificar o crime e descobrir o culpado”, concluí. A ideia para este policial vem daí. Temos estas quatro personagens, todas com mais de 70 anos, que viveram vidas fantásticas, mas a sociedade menospreza-as.