Quando olha para a palavra bioinformática, provavelmente parece-lhe bastante familiar: uma mistura de biologia e informática. Mas se lhe perguntarem o que faz um bioinformático, sabe dizer? O termo, enquanto área de investigação e profissão, tem estado em destaque por causa da pandemia provocada pela Covid-19. Longe dos olhares da atenção mediática, as empresas, startups e investigadores de bioinformática estão entre os que têm feito contributos importantes, sobretudo numa perspetiva a médio prazo, na luta contra o novo coronavírus.
A bioinformática é uma área que desenvolve e aplica ferramentas e técnicas de informática para a compreensão de dados biológicos. Em bom rigor, a bioinformática é mais do que o cruzamento destas duas grandes áreas: também mistura ciência da computação, matemática e engenharia na interpretação de dados complexos ou de grandes volumes de informação.
Não é por isso de estranhar que a bioinformática seja, neste momento, um tema em voga: tão ou mais importante do que impedir a disseminação da Covid-19, é conhecer este novo coronavírus para que lhe possa ser dada uma resposta adequada por parte das autoridades de saúde e governamentais de todo o mundo. E é isso que está a acontecer.
A divisão de bioinformática do Instituto Politécnico de Worcester, nos EUA, em conjunto com mais duas organizações, criou um mapa tridimensional da superfície da Covid-19, modelo que vai ajudar outros investigadores no desenvolvimento de tratamentos para o novo coronavírus. A ferramenta IDSeq, da startup com o mesmo nome, permite carregar os resultados de sequenciamento de ácido ribonucleico (RNA na sigla em inglês) da Covid-19, para que investigadores de todo o mundo consigam perceber melhor como é que a doença chegou até aos seus países, que mutações já sofreu e como poderá evoluir.
Estas informações são vitais sobretudo para a criação de vacinas – é graças à bioinformática que a empresa Moderna Therapeutics só precisou de 42 dias para criar uma vacina, tendo por base a sequenciação do RNA da Covid-19. Os primeiros testes em humanos deverão acontecer já começaram.
É importante porque
Novas descobertas na área da sáude são uma das grandes bandeiras da bioinformática, mas não a única: a área de estudo também promete ter impacto na produção de alimentos, no meio ambiente, por via de plásticos biodegradáveis, e na mobilidade, através da criação de biocombustíveis menos poluentes
“Compreender o futuro” é uma parceria entre a Exame Informática e a Huawei que promove a explicação de novos conceitos da Tecnologia