Para a Ciência, os gémeos ditos verdadeiros sempre foram extremamente valiosos. Estudos com pares de irmãos geneticamente iguais permitiram perceber qual o papel do ADN e o do ambiente no aparecimento de mil e uma doenças, que vão desde o cancro à patologia mental. Até a compreensão dos efeitos das viagens espaciais na biologia humana tem vindo a beneficiar da análise às alterações celulares nos corpos dos astronautas gémeos, Scott e Mark Kelly, sujeitos a diferentes graus de exposição à microgravidade e aos raios cósmicos.
Na tecnologia, e no mundo da Indústria 4.0, esta ideia de réplica está a ser usada para antecipar a ocorrência de falhas e planear operações de manutenção, ainda antes de os problemas acontecerem. É o que, em termos genéricos, se chama de gémeo digital, uma réplica virtual, rigorosa, de um objeto ou equipamento, de forma a que esta possa fornecer todos os dados relevantes acerca do produto ou do processo. “É um modelo virtual, projetado para refletir com precisão um objeto físico”, explica-se na página da IBM dedicada ao assunto. Os primórdios deste princípio levam-nos à NASA que já na década de 60 mantinha na Terra uma réplica exata das naves que eram enviadas para o espaço e que serviam precisamente para simular e testar tudo o que acontecia lá em cima.