Os CTT – Correios de Portugal estão a desenvolver extensões de software para algumas das maiores plataformas de comércio eletrónico da atualidade, casos da Amazon, Shopify, Magento e Prestashop. O objetivo é que os vendedores portugueses que utilizem estas plataformas possam ter as ferramentas de logística dos CTT – para envio de produtos, por exemplo – diretamente integradas no backoffice dessas plataformas.
O objetivo é, segundo Pedro Faraústo, responsável pela gestão de produtos expresso, carga e logística, ter estas extensões (plugins) lançadas até ao final do ano. “Estamos a desenvolver esses conectores. Até ao final deste ano vamos ter uma série de conectores e plugins desenvolvidos para integração em sites”, adiantou o responsável em entrevista à Exame Informática, a propósito da estratégia dos CTT para ajudar os comerciantes na criação de lojas online – tema em destaque na Exame Informática nº 301.
Esta é apenas uma das apostas dos CTT para crescerem no segmento do comércio eletrónico, um que tem merecido especial atenção e investimento por parte da empresa. A plataforma própria dos CTT que permite criar lojas online tinha, no início do mês, já 900 lojas de diferentes setores de negócio e a Dott, um marketplace de venda online que é uma joint-venture entre os Correios e a Sonae, já disponibiliza mais de 2,5 milhões de produtos – dois valores que têm vindo a aumentar como consequência direta dos efeitos da pandemia provocada pela Covid-19. “Os CTT querem liderar a construção do ecossistema do e-commerce em Portugal”, assumiu Alberto Pimenta, responsável por toda a área de comércio eletrónico da empresa, na mesma entrevista.
Mais fácil criar moradas virtuais
A outra grande aposta que a empresa pretende fazer é na expansão da rede de cacifos eletrónicos (lockers). OS CTT já têm cerca de 25 pontos de entrega em cacifos eletrónicos, que só desbloqueiam mediante um código que é enviado para o cliente cuja encomenda foi colocada naquela cacifo. “Nos próximos meses temos um plano ambicioso de expansão desta rede”, explicou Pedro Faraústo.
A empresa quer fazer crescer a rede através de cacifos eletrónicos públicos – geridos pelos próprios CTT –, de parcerias com superfícies comerciais – como supemercados e lojas de bricolage – e quer explorar ainda os cacifos empresariais, contratados por empresas ou parques industriais.
A expansão da rede de cacifos eletrónicos vai permitir aos CTT expandirem o conceito de moradas virtuais, dando poder ao utilizador para fazer compras online sem revelar a sua morada real ou para indicar um ponto de recolha mais próximo de si. “Vou ao site dos CTT e digo que quero que as minhas encomendas sejam entregues neste locker, que está aberto 24 horas por dia. O locker tem uma morada virtual”, adiantou ainda Pedro Faraústo, que promete mais novidades sobre o plano dos cacifos e das moradas virtuais nos próximos meses.