A Intel e o governo alemão já tinham chegado a um acordo sobre a construção da fábrica de chips na Alemanha. No entanto, o cenário macroeconómico mais difícil colocou os trabalhos de construção em pausa. Agora, duas fontes próximas do negócio revelam à Bloomberg que a empresa está a pedir entre quatro a cinco mil milhões de euros adicionais, em apoios governamentais, para avançar com o projeto.
“Disrupções na economia global resultaram num aumento de custos, desde os materiais de construção à energia. Agradecemos o diálogo construtivo com o governo federal para endereçar as diferenças de custos entre construir noutras localizações e tornar este projeto globalmente competitivo”, afirma a Intel de forma oficial, mas sem confirmar que está a pedir mais dinheiro.
A empresa pode estar a planear adiar também o projeto de construção de uma segunda fábrica em Itália, outro vetor da estratégia de expansão na Europa. Já os projeto de França e Irlanda devem manter-se dentro dos prazos e incluem um centro de investigação em território francês, bem como o alargamento da fábrica irlandesa já existente.
A estratégia europeia da Intel visa tirar partido do EU Chips Act, o plano de investimentos da União Europeia que prevê a injeção de 43 mil milhões de euros na indústria dos semicondutores como forma de reduzir a dependência europeia relativamente às fábricas na Ásia e nos EUA.
Do lado da Alemanha, o ministro da Economia não comentou se a Intel está à espera de mais dinheiro, dizendo apenas que a Europa pretende produzir 20% dos semicondutores do mundo até 2030 e que “com esse objetivo em mente, o governo federal está pronto para suportar a indústria de semicondutores na Alemanha com vários milhares de milhões de euros e permitir a construção de novas fábricas”.
A Intel tinha previsto que a fábrica iria custar 17 mil milhões de euros e reviu agora em alta o valor para os 30 mil milhões de euros, esperando receber subsídios de cerca de 40% do montante necessário. Segundo a Bloomberg, a Intel também estará disponível para receber outras tipologias de apoio estatal, que incluem melhores vantagens fiscais e subsidiação de custos com energia.