O número é avançado pelo Fórum Económico Mundial: fruto da crescente diferença entre a oferta e a procura de talento na indústria da tecnologia, 97 milhões de novos empregos serão criados até 2025. Há, portanto, um certo sentido de urgência nas empresas para conseguir encontrar profissionais que consigam dar resposta a estas necessidades técnicas. A SAP quer ajudar a suprir estas lacunas e anunciou uma iniciativa que visa dotar 2 milhões de pessoas de mais capacidades digitais até 2025.
Uma das chaves para este plano é uma parceria com a Coursera, uma plataforma online que conta com mais de 110 milhões de utilizadores em todo o mundo. Assim, a Coursera passa a disponibilizar um certificado profissional de consultor SAP para quem completar os sete cursos presentes na plataforma.
Numa apresentação à imprensa que decorreu em São Francisco e na qual a Exame Informática marcou presença, Maxwell Wessel, Chief Learning Officer da SAP, referiu que esta certificação não tem pré-requisitos, dispensa conhecimentos técnicos prévios específicos e dá acesso a cargos de entrada na empresa. Aliás, o responsável até explicou que a companhia alemã está a remover a frequência universitária como um requisito nos seus anúncios de emprego por entender que, atualmente, a validade dessas competências técnicas expira mais rapidamente.
Reduzir o fosso de género
A certificação da Coursera pode servir como porta de entrada para a tecnológica, com a formação a prosseguir depois no site dedicado da SAP à aprendizagem. Mas a companhia alemã disponibiliza outras ferramentas nesta sua demanda para a ‘reconversão’ de profissionais. Uma delas é a disponibilização, de forma gratuita, de 10 mil certificações de outro género, atribuídas numa lógica de ‘primeiros a manifestarem interesse, primeiros a serem servidos’.
A SAP também expressou interesse em que a sua iniciativa de novas capacidades digitais chegue primordialmente às minorias e às mulheres, que são grupos tradicionalmente sub-representados nas tecnológicas. Segundo os dados que a empresa partilhou, apenas 26% dos empregos relacionados com computação são detidos por mulheres. E esse número é ainda mais baixo em caso de população negra ou de outras etnias considerada minoritárias. Para ajudar a aceleração do desenvolvimento de capacidades digitais nestes grupos, a companhia alemã compromete-se a oferecer-lhes recursos de aprendizagem de forma gratuita. Estes cursos e certificações permitirão aceder a funções como programador, analista de dados e consultores.