O conceito de metaverso voltou a estar na ribalta, depois da intenção de aposta de Mark Zuckerberg, mas a verdade é que já desde a década de 1990 que se ouvia falar neste tema. Philip Rosedale criou o Second Life, um jogo no qual vivíamos num mundo virtual, com lojas e moeda próprias, e interagíamos com os avatares de amigos e não só. Agora, depois de um tempo afastado, Rosedale criou uma equipa para resolver alguns dos temas que os óculos de Realidade Virtual podem ainda não estar a tratar, uma vez que o termo voltou a estar no centro das atenções.
Em 2013, Rosedale focou-se na tecnologia de Realidade Virtual, fundando a High Fidelity, empresa que prometia experiências de RV de baixa latência e elevada qualidade. Nos últimos anos, no entanto, a empresa virou-se para outras tecnologias, passando a investir, por exemplo, no áudio espacial. Em 2019, abandonou o campo da RV, expressando que a solução não estava madura o suficiente e só era confortável para uma franja de utilizadores.
Agora, Rosedale quer reformular o Second Life para o tornar uma plataforma de metaverso que não requeira o uso de óculos de RV e que, dessa forma, possa chegar a mais pessoas. O empresário vai tornar-se um “conselheiro estratégico” para o Second Life e pretende que a High Fidelity consiga trazer novas ideias para o jogo, nova tecnologia e, eventualmente, o conceito de Realidade Virtual mais adiante. “Estamos a anunciar que movemos um grupo de sete pessoas, algumas patentes e algum dinheiro. Estamos a investir no Second Life e queremos continuar a trabalhar ali. Duas das patentes relacionam-se com a moderação num ambiente descentralizado e isso é muito bom”, afirma Rosedale em entrevista à Cnet.
O jogo conta com 73 milhões de contas desde que foi criado e tem cerca de 900 mil utilizadores ativos, o que o torna uma plataforma interessante e rentável para trazer novidades e testá-las na comunidade. Até que o hardware dos óculos possa estar perfeito para ser usado por mais pessoas, Rosedale pretende desenvolver a plataforma, mantendo os headsets como opcionais.
Uma das limitações que se pretende ultrapassar é o número simultâneo de membros de comunidades virtuais que podem estar num mesmo espaço. Atualmente “conseguimos ter cerca de cem pessoas num lugar ao mesmo tempo no Second Life. Não é suficiente, mas é mais do que qualquer outro”, afirma Rosedale. Por outro lado, há o interesse em apostar no áudio espacial e também na animação de avatares a partir das imagens captadas pelas webcams. Por fim, há a intenção de conseguir adaptar a plataforma para poder funcionar a partir dos smartphones também.