“O metaverso pode vir a ser a próxima grande plataforma de computação, depois da World Wide Web e do mobile”, começa por afirmar Raja Koduri, vice-presidente senior da Intel, para depois alertar que “a nossa infraestrutura atual de computação, armazenamento e de rede não é suficiente para esta visão”. O responsável pelo Accelerated Computing Systems and Graphics Group da empresa estima que seja preciso um poder de computação mil vezes superior ao que está disponível atualmente para manter o metaverso a funcionar.
Apesar de se notar um burburinho no mercado sobre todas as potencialidades deste conceito, levantado pelas afirmações recentes de Zuckerberg e por várias incursões subsequentes de outras empresas, a Intel chama atenção para a necessidade de se fortalecer os computadores, servidores e redes para se poder suportar estes conceitos.
Atualmente, o Horizon Worlds, topo de gama da Meta para a Realidade Virtual, tem uma limitação de 20 participantes no máximo e providencia apenas representações animadas, como em videojogos. Para se poder ter uma experiência de topo, é necessário um investimento de milhares de dólares e ainda se tem de contar com ligações cabladas do headset, além das limitações gráficas.
Koduri realça que é necessário “considerar o que é necessário para colocar dois indivíduos num ambiente social, completamente virtual: avatares convincentes e detalhados com roupa, tom de pele e de cabelo realista – tudo renderizado em tempo real e baseado em sensores a capturar objetos do mundo real em 3D, gestos, áudio e muito mais; transferência de dados a velocidades super rápidas e latências extremamente baixas; e um modelo persistente do ambiente, que pode conter elementos reais e simulados ao mesmo tempo”. Isto para se conseguir um ambiente entre apenas duas pessoas e que tem de ser escalado para outras dimensões quando se tenta envolver mais utilizadores.
Para a Intel, que produz CPUs e se prepara para criar GPU para aparelhos de consumo ou centros de dados, estas necessidades significam mais negócio, mas não deixa de ser um alerta para lembrar o mercado que, apesar do interesse e do potencial, as circunstâncias podem não permitir tornar os metaversos uma realidade tão cedo.