Sir James Dyson, o dono da empresa de aspiradores Dyson, alega que os testes obrigatórios no ‘velho continente’ para se obter a classificação energética dos aparelhos não fazem sentido, que “induziram em erro milhões de consumidores” e pede uma indemnização de milhões de libras pela perda de vendas e tempo perdido neste processo. Um tribunal da União Europeia já analisou a queixa e considera que a Comissão Europeia não quebrou o dever de atuar de forma justa e não houve favorecimento de nenhum fabricante, rejeitando o pedido de indemnização da Dyson. A empresa já afirmou que irá recorrer da decisão.
No cerne da discussão está a obrigatoriedade de testes com o compartimento do pó vazio, algo que a Dyson defende não corresponder à utilização em cenário real. Esta primeira versão do teste foi usada para atribuir classificações energéticas de A a G a todos os aspiradores vendidos na Europa e o Tribunal Europeu de Justiça, em 2018, acabou por intervir e anular esta regulação. Agora, um tribunal geral considera que a Comissão não quebrou os seus compromissos e deveres e que há dúvidas suficientes sobre a eficácia dos testes para justificar a escolha do requisito do compartimento vazio. “Ao usar uma abordagem estandardizada com recetáculo vazio como método de teste, a Comissão não manifestou, nem violou gravemente os seus limites, nem cometeu uma quebra suficientemente séria dos princípios de igualdade de tratamento e administração”, considera este tribunal, citado pelo The Guardian.
A Dyson já reagiu prontamente, com um porta-voz da empresa a afirmar que “o tribunal geral escolheu virar costas à decisão do Tribunal de Justiça, não parece estar preocupado com o facto de a Comissão ter quebrado a sua própria lei e ignorou as evidências apresentadas pela Dyson (…) Isto é um insulto para milhões de consumidores que foram iludidos e ignora completamente o dano substancial – avaliado em 150 milhões de libras – causado à Dyson”.
A fabricante, que em 2019 mudou a sua sede para Singapura, considera ainda que esta decisão e a atuação da Comissão favorecem os seus rivais da Alemanha, acusando ainda de estar a existir um lóbi concertado em favor dos fabricantes alemães.