Parag Agrawal, CTO do Twitter até esta segunda-feira, é o novo diretor executivo (CEO) da empresa, depois de Jack Dorsey, cofundador e agora ex-CEO, ter anunciado que estava de saída. Na rede social há 10 anos, é pouco aquilo que se sabe sobre o novo líder da tecnológica.
A decisão de Agrawal liderar o grupo era, desde há muito tempo, uma escolha de Dorsey, mas foi agora tomada por unanimidade pelo conselho de administração da empresa, sobretudo por ter sido o grande responsável por ações que transformaram o Twitter ao longo da última década.
Quem é Parag Agrawal?
Parag Agrawal é um norte-americano com 37 anos de idade que nasceu na cidade de Mumbai, na Índia. É licenciado em Ciência da Computação e Engenharia pelo Instituto Indiano de Tecnologia de Bombaim, na Índia, e doutorado em Filosofia e Ciência da Computação pela Universidade de Standford, nos Estados Unidos da América – para onde se mudou em 2005. É considerado uma pessoa reservada, discreta, educada e pragmática, com um grande entusiamo e conhecimento sobre a internet.
Desde cedo que se destacou pelo forte domínio da matemática e da teoria que sustenta a ciência da computação, o que lhe valeu um lugar na Microsoft, onde ingressou, em 2006, para a realização de investigação relacionada com grandes volumes de dados. Mais tarde, juntou-se a equipas de investigação de outras empresas, como a Yahoo e a AT&T.
Chegou ao Twitter em 2011, meses após Jack Dorsey retornar à empresa – desta vez como presidente executivo do conselho de administração –, e, desde então, que o seu trabalho tem vindo a ser reconhecido, sendo considerado um dos melhores engenheiros, segundo o jornal The New Work Times. Agrawal começou por aumentar a relevância dos tweets dos utilizadores, o que permitiu o crescimento público da rede social.
Em 2018, assumiu o cargo de CTO (Chief Technology Officer) e concentrou-se em utilizar a Inteligência Artificial no Twitter, que permitiu, por exemplo, detetar contas automatizadas (bots), identificar conteúdo potencialmente prejudicial ou aumentar as receitas da empresa ao desenvolver formas de direcionar anúncios a utilizadores específicos. Está também envolvido no Bluesky, um projeto financiado pelo Twitter, desde 2019, que tem como objetivo tornar a rede social descentralizada, permitindo que sejam os utilizadores a moderar o conteúdo que consomem e a forma como este é promovido.
O futuro do Twitter
No cargo de chefe de tecnologia da empresa, Agrawal investiu no Twitter Crypto e liderou uma equipa focada em estudar e investir na integração de criptomoedas e tecnologias semelhantes na rede social. Através do sistema blockchain, o objetivo era entender como as criptomoedas podiam ser utilizados para os pagamentos de criadores de conteúdo e como podia criar uma rede social descentralizada, chegando até a testar gorjetas em bitcoins dentro da plataforma.
Agora, enquanto CEO, Parag tem a missão de continuar a fazer crescer a rede social e diversificar os modelos de receita para que, em 2023, seja possível alcançar os 315 milhões de utilizadores ativos e duplicar a faturação como são objetivos da empresa. Este irá receber, anualmente, 1 milhão de dólares (cerca de 882 mil euros) mais bónus, avaliados em 12,5 milhões de dólares (cerca de 11,2 milhões de euros).
Ainda segundo a publicação Gizmodo, o agora CEO do Twitter pode enfrentar alguma resistência política nos EUA após a sua declaração, em 2020, sobre a resposta da empresa ao tratamento da desinformação como evidência de censura contra os conservadores, em que afirmou ao MIT Technology Review que o papel do Twitter não era estar vinculado à Primeira Emenda – parte da Declaração dos Direitos dos Estados Unidos da América -, mas servir uma conversa pública saudável.