Nextcloud e outras dezenas de organizações europeias especializadas em software e armazenamento na cloud juntaram-se para apresentar uma queixa contra o que consideram ser uma prática anti-concorrência por parte da Microsoft. As empresas acusam a gigante tecnológica de comportamento agressivo ao integrar o OneDrive, o Teams ou outros serviços no Windows 10 e Windows 11.
As queixosas consideram que a Microsoft força os consumidores a registarem-se nestes serviços e ceder os seus dados, limitando-lhes as escolhas e criando uma barreira injusta no mercado para outros serviços concorrentes, noticia a ZDNet. A quota de mercado da Microsoft na União Europeia cresceu 66%, enquanto a quota dos fornecedores locais caiu de 26 para 16%. A posição da Microsoft, acusam estas empresas, foi conseguida não por ter vantagem técnica ou comercial face à concorrência, mas apenas por mostrar uma forte preferência pelos seus serviços. A auto-preferência não é ilegal na União Europeia, mas passa a sê-lo se a empresa abusar de posição dominante, o que parece ser o caso.
Frank Karlitscheck, CEO da Nextcloud, afirma que esta situação “é bastante semelhante à época em que a Microsoft matou a concorrência no segmento de browsers, quase parando todas as inovações no segmento por mais de uma década. Copiar o produto de um inovador, integrá-lo com o vosso produto dominante e matar o seu negócio, depois parar a inovação. Este tipo de comportamento é mau para o consumidor, para o mercado e, claro, para o mercado local na União Europeia. Juntamente com os outros membros da coligação, pedimos às autoridades de antitrust na Europa para nivelar o campo de atuação, dando aos consumidores uma escolha livre e aos concorrentes uma hipótese justa”.
A queixa formal foi apresentada na Comissão Europeia, mas também no organismo local aleão, estando a ser equacionado acusação semelhante em França.
Além de empresas, a queixa é apoiada por organizações de código aberto, sem fins lucrativos, como a European DIGITAL SME Alliance, a Document Foundation (que está por trás do Libre Office) e a Free Software Foundation Europe.