A conhecida obra do influente artista do século XVII, Peter Paul Rubens, denominada de Samson and Delilah (Sansão e Dalila), está entre as obras mais famosas do pintor. A obra-prima, representativa de uma história do Antigo Testamento, encontra-se atualmente em exposição na National Gallery, em Londres, que adquiriu o quadro em leilão em 1980, tendo sido considerada como a terceira peça de arte mais cara vendida em leilão.
Agora, com base numa recente análise de Inteligência Artificial, tudo indica que esta peça seja falsa. Os testes foram conduzidos pela empresa suíça Art Recognition que utilizou algoritmos para analisar a veracidade do quadro. Através de uma rede neuronal, ou seja, de modelos computacionais que têm como base o funcionamento do sistema nervoso central, a ferramenta consegue identificar padrões e características de um artista.
Assim, as imagens da obra são divididas em partes menores e cada uma dessas partes é ampliada para que seja possível observar detalhes mais em pormenor. Através da avaliação das características das imagens o algoritmo determina a probabilidade daquela ser uma obra verdadeira ou falsa.
O sistema da Art Recognition avaliou e comparou 148 pinturas verdadeiras de Rubens e determinou que existe 91% de probabilidade do quadro Samson and Delilah exposto na National Gallery não ser autêntico.
“Repetimos os testes para ter a certeza de que não estávamos a cometer um erro e o resultado era sempre o mesmo. Cada patch, cada quadrado, saiu como falso, com mais de 90% de probabilidade.”, disse Carina Popoviciao, cofundadora da empresa suíça, ao The Guardian
O quadro que retrata uma história de traição entre o guerreiro Sansão e Dalila está datado para a primeira década do século XVII, mais concretamente os anos de 1609 e 1610, e a sua veracidade já era questionada há vários anos pelos estudiosos e entusiastas da obra que argumentavam que o quadro apresentava um estilo mais pesado comparativamente a outras obras do autor.