Pelo 11º ano consecutivo, os utilizadores de Internet a nível global veem os seus direitos online diminuir, com um número recorde de países onde os cidadãos foram presos ou agredidos na sequência de publicações online. O relatório do observatório americano Freedom House teve em conta a situação em 70 países, avaliando-a de 0 a 100 pontos, considerando o grau de liberdade de que cada cidadão goza e se há algumas restrições a nível dos conteúdos que estão acessíveis, por exemplo. Outro fator considerado é a existência de trolls (alguém que interage só para destabilizar ou provocar outras pessoas em plataformas online) pró-governo que tentam manipular a opinião pública online.
Segundo o estudo, em 41 países (número recorde desde que é produzido o relatório), os cidadãos sofreram ataques físicos depois de realizarem certos atos online, como publicações ou organizações de manifestações. Um estudante no Bangladesh, um jornalista no México ou dois influenciadores egípcios são algumas das vítimas que foram presas, agredidas ou mesmo assassinadas em resposta a atividades online. O número de países onde os cidadãos são presos ou condenados também bateu o recorde – 56 em 70 analisados, noticia a Al-Jazeera.
O encerramento total ou parcial da Internet, o bloqueio das redes sociais ou a exigência de que tecnológicas cedessem os dados pessoais dos utilizadores também é analisado e a situação em Myanmar, na Bielorrússia ou no Uganda são apontadas como exemplos negativos: pelo menos 20 países censuraram o acesso dos cidadãos à Internet entre junho de 2020 e maio de 2021.
A China surge como o pior país nesta lista, com os dissidentes online a receberem penas de prisão pesadas e a sofrerem outras represálias por aquilo que publicam online. “Na batalha entre estados e tecnológicas, os direitos dos utilizadores de Internet são as principais baixas”, lê-se por baixo do título deste relatório, que conclui haver uma degradação pelo 11º ano consecutivo.
O ranking é liderado, do lado positivo, pela Islândia, Estónia e Costa Rica. Leia as conclusões completas do Freedom House aqui.