Em consequência do aumento do número de casos da Covid-19 nos EUA, atribuído à maior transmissibilidade da chamada variante Delta, empresas tecnológicas como a Microsoft, Google, Twitter, Uber, Apple e Netflix estão a reverter os planos que já tinham sido anunciados de regresso ao trabalho presencial.
A Microsoft anunciou nesta terça-feira que o regresso ao escritório nunca será feito antes de 4 de outubro e que a partir de setembro vai exigir uma prova de vacinação aos funcionários, parceiros e visitantes que queiram entrar nos edifícios da empresa nos EUA (salvo exceções). A Microsoft vai ainda prolongar o trabalho remoto para funcionários em condições específicas – que são cuidadores de pessoas com problemas no sistema imunitário ou pais com filhos pequenos – até janeiro do próximo ano, revela o The Verge.
Já a Uber tinha anunciado na passada sexta-feira, 30 de julho, o adiamento do regresso aos escritórios para o final de outubro a nível global. A empresa tencionava voltar ao trabalho presencial durante o decorrer de setembro. A tecnológica confirmou ainda que, nos EUA, vai exigir a todos os funcionários que sejam totalmente vacinados antes de poderem regressar ao escritório.
Também a Google anunciou na semana passada o regresso ao trabalho presencial para meados de outubro deste ano, exigindo também a todos os trabalhadores que fossem totalmente vacinados antes de voltarem. O diretor executivo, Sundar Pichai, afirmou que a empresa pretende que a maioria dos funcionários volte aos escritórios a partir de 18 de outubro, em detrimento da data anteriormente planeada, 1 de setembro. “Essa extensão dá-nos tempo para voltar ao trabalho, ao mesmo tempo que dá flexibilidade para aqueles que precisam”, escreveu Pichai. Esta, que é a terceira vez que a empresa adia a reabertura dos escritórios, uma decisão que afeta dezenas de milhares de funcionários.
A mesma política de adiar o regresso dos funcionários ao trabalho foi recentemente anunciada noutras empresas, incluindo a Facebook, Twitter, Linkedin e Apple.
“Isto é o que precisa de ser feito, porque caso contrário estaremos a colocar os trabalhadores e suas famílias em perigo”, disse Leana Wen, professora de saúde pública da George Washington University e ex-comissária de saúde da cidade de Baltimore, nos EUA. “Não é justo que os pais voltem ao trabalho e fiquem lado a lado com pessoas não vacinadas que podem ser portadoras de um vírus potencialmente mortal”, acrescentou, citada pelo The Guardian.
O atraso da reabertura destas empresas pode influenciar outros grandes empregadores a adotarem medidas semelhantes. Muitas já foram as empresas na indústria tecnológica que decidiram implementar o teletrabalho permanentemente.
Atualização: Acrescentada informação sobre a decisão da Microsoft de prolongar o trabalho remoto até outubro