A pandemia foi responsável por uma espécie de regresso ao passado: na ESET, a venda de ferramentas de cibersegurança a utilizadores finais aumentou 12% no ano passado, o que inclusive fez desta área a que teve maior crescimento anual para a empresa eslovaca. O valor foi revelado nesta terça-feira por Richard Marko, diretor executivo da empresa, no evento anual da tecnológica especializada em segurança informática.
“Há algum tempo, era bastante comum para as empresas de segurança informática estarem presentes em diferentes segmentos do mercado, agora a ESET é das poucas que está presente em consumo, pequenas e médias empresas, e grandes empresas. Acreditamos que é uma força e uma oportunidade para nós”, sublinhou o executivo.
O crescimento da cibersegurança no segmento empresarial e a melhoria das proteções integradas nos sistemas operativos dos gadgets mais usados pelos utilizadores ditaram uma mudança no mercado – com as tecnológicas a apostarem mais no mercado empresarial e, por vezes, a abandonarem mesmo o mercado de consumo. Mas com a pandemia, tudo mudou. “O facto de termos sido obrigados a ir para casa, para continuar a trabalhar, fez as pessoas olharem novamente para a segurança”, justifica Richard Marko a propósito do crescimento registado.
“O que era, no passado, apenas o computador com um antivirus instalado, evoluiu para uma rede de dispositivos numa casa”, acrescentou, dando como exemplo a sua própria habitação, na qual já existem mais de 70 dispositivos ligados à internet.
Como reforço da aposta no mercado de consumo, as soluções da ESET para o mercado doméstico vão passar a integrar proteção multidispositivo e de configuração simples – por exemplo, para configurar uma proteção contra ciberataques num televisor, tudo o que precisará de fazer é validar um código QR que surge na TV com a ajuda do smartphone. Depois, a TV passará a estar incluída no ‘perímetro’ de defesa do software.
A marca eslovaca está ainda a expandir a sua loja de produtos digitais para mais países, mas segundo o mapa mostrado, Portugal não será, para já, um dos países contemplados pela expansão.
Ataques sofisticados para proteger utilizadores comuns
Apesar dos bons resultados alcançados no segmento de consumo, a maior parte dos mais de 600 milhões de dólares faturados em 2020 pela ESET têm origem no mercado empresarial – seja de pequenas e médias empresas, seja de grandes empresas. E apesar de serem tipologias de utilizadores com necessidades diferentes, proteger uns também beneficia os outros.
A ESET revelou que os modelos de deteção de ameaças informáticas avançadas e persistentes, que desenvolve sobretudo para proteger os clientes empresariais, também acabam por ser usados nas ferramentas para os utilizadores finais. “Esta tecnologia, originalmente desenvolvida para ambiente empresarial, está a voltar aos consumidores. Muitas destas técnicas, destes conhecimentos e modelos que produzimos, podem ser usados no segmento de consumo. Não é a mesma prioridade, mas o benefício é o mesmo e é muito significativo”, explicou o CEO na conferência de abertura.
Segundo a empresa, atualmente existem mais de 100 milhões de dispositivos em todo o mundo que estão a usar os mecanismos de segurança ESET e estão, ao mesmo tempo, a contribuir com informação que é crucial na proteção deste ecossistema: “São pontos a partir dos quais sentimos o que se passa na cibersegurança”, defendeu Richard Marko.