O governo francês pretende reduzir as emissões de carbono em 40% até 2030 e a proibição dos voos internos de curta distância é a medida mais recente aprovada pelos legisladores naquele país. O documento agora aprovado, mesmo numa altura em que o setor das viagens se encontra a recuperar do impacto da pandemia, prevê que qualquer voo que possa ser substituído por um trajeto de comboio de duas horas e meia seja abolido.
As autoridades francesas estão sensibilizadas para o efeito que a pandemia teve neste setor e já tinham aprovado, alguns dias antes, a contribuição de quatro mil milhões de euros para recapitalizar a Air France. Ainda assim, os responsáveis da indústria da aviação defendem que este momento de recuperação não é a altura ideal para se avançar com este tipo de proibições.
A Ministra da Indústria Agnes Pannier-Runacher rejeita a acusação de que haja qualquer contradição entre aquele apoio financeiro e a aprovação da lei proibitiva. “Sabemos que a aviação é um grande contribuinte para o dióxido de carbono e, devido às alterações climáticas, temos de reduzir as emissões. Por outro lado, temos de apoiar as nossas empresas e não as deixar cair”, cita a Reuters.
Ativistas ambientais ouvidos num fórum especializado organizado pelo presidente Macron pediram que a proibição se estendesse aos voos que possam ser substituídos por viagens de comboio de quatro horas.
A aprovação na Assembleia Nacional surgiu no sábado e a proposta vai ter de passar agora pelo Senado, antes de uma terceira votação para depois entrar em vigor.