A agência estatal russa Roskomnadzor revela ter denunciado mais de três mil publicações ilegais no Twitter e, como a rede não os removeu, vai abrandar o acesso à plataforma. As autoridades ameaçam ainda avançar com um bloqueio integral ao Twitter na Rússia, caso a situação se mantenha, acentuando o diferendo entre Moscovo e Washington.
A atuação do regulador de comunicações naquele país, ao abrandar todo o tráfego móvel e 50% do tráfego via desktop para o Twitter, parece ter afetado também a restante infraestrutura online, com o site da própria agência e várias outras páginas governamentais, como o kremlin.ru a ficarem offline durante o dia, noticia o Tech Crunch.
O abrandar do Twitter surge numa altura em que a plataforma é usada para veicular mensagens de protesto contra o regime russo e de apoio ao líder da oposição Alexei Navalny. No entanto, a mensagem da Roskomnadzor não faz qualquer referência ao estado político no país, justificando a medida do abrandamento com a acusação de que o Twitter falhou em remover material relacionado com suicídio e pornografia infantil e mensagens de incentivo ao consumo de drogas. Desta forma, o abrandamento é defendido como sendo uma forma de “proteger os cidadãos russos”.
Recorde-se que uma tentativa de bloquear o Telegram em 2018 acabou por resultar em disrupções em milhões de outros endereços IP não relacionados com o serviço de mensagens.
No mês passado, na Índia, o Twitter acabou por ceder à pressão e encerrou mais de 500 contas associadas aos protestos de agricultores contra o Governo.
Agora, a empresa já reagiu a esta medida na Rússia defendo que as suas políticas têm “tolerância zero em relação ao abuso sexual infantil, é contra as regras promover, glorificar ou encorajar suicídio e danos auto-infligidos e não é permitido usar o Twitter para quaiser comportamentos ou atividades ilegais, incluindo a compra e venda de drogas. Permanecemos comprometidos em advogar para uma Internet Aberta em todo o mundo e estamos bastante apreensivos com o aumento de tentativas de bloqueio e abrandamento das conversas públicas online”.