O News Media Bargaining Code está a ser estudado na Austrália e é o mecanismo legal que obriga tecnológicas como a Google e a Facebook a pagarem aos editores de notícias para publicarem links dos seus conteúdos. Os media pretendem uma fatia das receitas publicitárias geradas nestas plataformas e a aprovação da legislação vai colocar as tecnológicas a pagar para partilhar as notícias. A Facebook já começou a retaliar anunciando que os utilizadores australianos vão deixar de poder partilhar conteúdos noticiosos nos seus perfis e que, em toda a plataforma, os links para notícias e conteúdos criados pelos media australianos vão ser removidos.
O anúncio da Facebook surge pouco tempo depois de a Google ter chegado a acordo com a News Corp, de Rupert Murdoch, para pagar pelos conteúdos. A empresa de Zuckerberg defende-se dizendo que as notícias partilhadas na plataforma são “mínimas” e que totalizam apenas 4% dos conteúdos vistos nos feeds dos utilizadores, noticia a Cnet. William Easton, diretor da Facebook Austrália e Nova Zelândia, lembra que “a Google Search está intricadamente ligada a notícias e os criadores não partilham voluntariamente os conteúdos. Por outro lado, os criadores escolhem partilhar as suas notícias no Facebook, uma vez que tal permite vender mais subscrições, aumentar as suas audiências e gerar mais receitas publicitárias”.
As novas restrições estão a ser aplicadas gradualmente, com utilizadores australianos a encontrarem uma nota de que a notícia que procuram não pode ser vista como resposta a uma proposta de legislação da Austrália.
No Twitter, há queixas de que conteúdos criados na Austrália, mas não propriamente em meios de comunicação social, também estão a ser bloqueados. Sally McManus, secretária da Australian Council of Trade Unions, revela que o acesso ao seu site e publicações está bloqueado na plataforma.
Uma porta-voz da Facebook confirmou que alguns sites estão a ser erradamente bloqueados, mas que há um esforço contínuo para corrigir esses erros. Fonte oficial do governo australiano confirmou estarem a existir negociações com a Facebook para preparar a versão final da legislação que irá ser sujeita a aprovação.