Zambrius terá invadido os sistemas informáticos do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil há duas semanas durante as eleições municipais do país. Agora, o pirata acaba detido em Portugal, resultado de uma operação conjunta entre a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, da Polícia Judiciária e a Polícia Federal do Brasil.
O hacker estava em prisão domiciliária na sua casa, na Ericeira, em Mafra, depois de o seu grupo, a CyberTeam, ter sido responsabilizado por vários ataques informáticos, como o que resultou no roubo de credenciais de funcionários da Altice ou o que visou a Direção-Geral do Orçamento do Ministério das Finanças.
Além de Zambrius, a PJ, o DCIAP e a Polícia Federal conseguiram ainda deter outros dois piratas, com idades entre os 19 e os 24 anos, acusados de prática continuada de crimes de acesso indevido, dano informático e sabotagem informática, noticia o Expresso. O grupo atuava de forma concertada, transnacionalmente, visando funções de Estado, infraestruturas críticas e organizações com interesses económicos diversos.
Segundo a imprensa brasileira, Zambrius era o líder do grupo e a CyberTeam contava com a participação de hackers dos dois lados do Atlântico. No Brasil, estes piratas terão atacado os sistemas informáticos do Ministério da Saúde, o Superior Tribunal de Justiça, órgãos do Governo Distrital Federal e vários outros portais de órgãos públicos. Apesar da entrada nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral, não foi possível identificar elementos que provem que os ataques prejudicaram a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação.
Zambrius assumiu há alguns dias ter feito tudo sozinho e revela que está sem computador: “Se o tivesse, acredite que o ataque teria um impacto muito maior”.
O pirata é vigiado pelas autoridades desde os 16 anos e foi detido pela primeira vez em 2017, quando liderava o grupo LulzSec Portugal, um conjunto de piratas portugueses que dizia lutar contra as grandes corporações.