A Europol anunciou as conclusões da sua análise sobre o nível de ameaça colocado pelo crime organizado online no relatório anual Internet Organised Crime Threat Assessment. As autoridades concluem que, no último ano, assistimos a um aumento das ameaças online e do cibercrime, com o ransomware a ser uma das armas mais escolhidas pelos hackers para atacar organizações, mesmo as que lidam com saúde. A distribuição de conteúdos com abusos de menores também cresceu, incluindo streamings em direto de abusos a serem perpetrados. O terceiro vetor de ataque inclui ataques a cartões SIM, com o atacante a conseguir intercetar as credenciais quando são usados códigos de autenticação de dois fatores.
Catherine De Bolle, diretora executiva da polícia europeia, destaca que “o ransomware, em particular, permanece uma ameaça prioritária encontrada pelos investigadores em toda a Europa” e que “o volume de abusos sexuais de menores online continua a crescer, aumentando ainda mais em período de pandemia de Covid-19”.
Também os ‘tradicionais’ ataques de phishing e de esquemas fraudulentos online aumentaram, com os especialistas a detetarem uma tendência para atacar aqueles que estão mais vulneráveis e que, por exemplo, não estavam tão habituados a ter uma presença online. Esta população é também mais suscetível a campanhas de desinformação.
Craig Jones, diretor da Interpol para o cibercrime, salienta que “mesmo o utilizador de Internet mais proficiente pode cair nos truques dos cibercriminosos, por isso é importante que todos mantenham as suas defesas em cima”. A Interpol anunciou uma campanha para avisar a população sobre o cibercrime online, realçando os ataques de phishing, ransomware e ataques contra crianças como as principais ameaças no mesmo dia que a Europol divulgou o seu estudo.