A Intel anunciou que vai reforçar a produção de chips feitos de acordo com o método de fabrico de 10 nm e adiar a entrega das versões de 7 nm para 2022 ou 2023. A decisão foi revelada em conferência de imprensa onde foram mostrados os resultados financeiros da empresa para o segundo trimestre do ano. Um defeito identificado nos chips de sete nanómetros e que conduz a uma degradação do desempenho é um dos principais motivos apontados para o adiamento.
Bob Swan, o CEO da Intel, explica que já é conhecida a raiz do problema e que “acreditamos que não haja bloqueios fundamentais (…), mas também investimos em planos de contingência que nos permitem reagir melhor se houver mais incertezas”. O adiamento dos planos chega também numa altura em que a Intel enfrenta outros desafios relacionados com a transição para os produtos de 10 nm, lembra a ZDNet. “Já vimos este filme antes. Aprendemos com os desafios da transição para 10 nm e temos uma abordagem por metas para garantir que a competitividade dos produtos não é impactada pelo mapa de lançamento de tecnologia”, afirma o executivo.
Entretanto, a Intel vai focar-se no crescimento do portefólio de processadores Intel Core de 10 nm, com os primeiros Tiger Lake a chegarem ao mercado em breve e os primeiros CPU Ice Lake para servidores planeados para o fim do ano. Neste segundo semestre de 2021, a Intel vai lançar uma nova linha de CPU com nome de código Alder Lake e que inclui os primeiros chips para desktop de 10 nm e uma nova CPU para servidores, também de 10 nm, com nome de código Sapphire Rapids.
Os resultados financeiros da empresa surpreenderam os analistas e investidores, com receitas de 1,23 dólares por ação, em vez dos 1,11 dólares esperados. A receita total da empresa cifra-se assim nos 19,7 mil milhões de dólares, um aumento de 20% face ao ano anterior. “Num mundo cada vez mais digital, a tecnologia da Intel é essencial para quase todas as indústrias do planeta”, justifica Bob Swan.
Numa análise segmentada, as receitas da Intel em torno dos dados cresceram 34% e contabiliza agora 52% da receita total, enquanto as receitas relacionadas com PC aumentaram 7%. No que toca ao segmento de “Dados”, este negócio inclui o Data Center Group, o IOT Group, a Mobileye, o Non-Volatile Memory Solutions Group e o Programmable Solutions Group. O DCG registo um aumento de receitas para os 7,1 mil milhões de dólares (+43%), o NSG teve vendas de 1,7 mil milhões (+76%), o IOT contabilizou 670 milhões (-32%), o PSG trouxe mais 501 milhões (+2%) e a Mobileye ‘apenas’ 146 milhões (-27%).
O contexto mundial de pandemia levou ao aumento do Client Computing Group para os 9,5 mil milhões de receitas, um crescimento de 7% face ao ano anterior, com a maior procura por computadores portáteis.