Os dados cedidos pelas operadoras de comunicações em alguns países europeus são anonimizados e agregados, de foma a manter a privacidade dos cidadãos e estão a ser usados pelas autoridades de saúde para evitar ajuntamentos de cidadãos. Recorde-se que na China, Taiwan e Coreia do Sul as autoridades estão com acesso à localização e identificação de cada pessoa para conseguirem rastrear com quem é que tiveram contacto. Ambas as abordagens visam ajudar a conter o surto pandémico.
Lothar Wieler, o presidente do Instituto Robert Koch na Alemanha, explica que “se as pessoas continuarem com tanta mobilidade como estavam na semana passada, vai ser difícil conter o vírus”. A Alemanha tenta evitar os contatos entre indivíduos, num esforço para evitar a propagação do novo coronavírus.
Alguns defensores da privacidade já expressaram as suas dúvidas sobre a eficácia deste método, lembrando que se as pessoas souberem que os telefones estão a ser monitorizados vão acabar por deixá-los em casa.
Deutsche Telekom, Telecom Italia, Vodafone Italia, WindTre e Telekom Austria Group são algumas das operadoras a colaborar com as autoridades nesse sentido. Em Itália, na região da Lombardia os movimentos que excedem os 300 a 500 metros desceram 60% desde 21 de fevereiro. Nick Read, CEO da Vodafone, explica que “sempre que for tecnicamente possível, e legalmente permíssivel, a Vodafone está disposta a ajudar os governos em desenvolver visões baseadas em grandes conjuntos de dados anonimizados”, cita a Reuters.
Na Áustria, o maior operador nacional está a partilhar uma análise de movimentos desenvolvida pela Invenium, uma spin-off da Universidade de Tecnologia de Graz e que respeita a política de privacidade de dados europeia em vigor.