O desempenho comercial da Huawei deverá ficar marcado pela restrição de trocas comerciais entre empresas dos EUA e a Huawei durante o ano de 2020. A empresa anunciou que espera colocar no mercado entre 190 e 200 milhões de smartphones este ano, o que, comparado com os 240 milhões registados em 2019, representa uma quebra de 20 a 26%.
Apesar de lhe estar vedado o acesso a tecnologia dos EUA, a Huawei consegue produzir na mesma o hardware necessário.
A fabricante explica que está preparada para criar um smartphone sem qualquer componente dos EUA. No entanto, o bloqueio visa também impedir o acesso a software dos EUA e é aí que o caso muda de figura: ao não conseguir aceder ao Android e a todo o ecossistema de aplicações da Google, a Huawei começa a parecer menos interessante para os utilizadores.
Os telefones novos não trazem, por exemplo, aplicações como Gmail, YouTube, Chrome, Google Assistant, Facebook, WhatsApp, Instagram, Uber, Netflix, Lyft, Amazon ou Twitter, entre muitas outras.
O efeito do bloqueio pode ser dissipado pelo facto de a China ser responsável por 60% das vendas da Huawei, de acordo com a Counterpoint Research. Naquele país, a Google não tem uma presença tão forte quanto no resto do mundo, pelo que os utilizadores estão habituados e regularmente preferem as apps alternativas locais.
Caso a Huawei consiga manter-se nas posições cimeiras nos restantes 40% do negócio, será uma das maiores a vender aparelhos não-Android, junto da Amazon.
O Mate 30 Pro é o primeiro smartphone da Huawei que não tem acesso às aplicações da Google e tem um preço a rondar os 1200 euros, pelo que os consumidores têm um nível de exigência superior. A proibição dos EUA afeta apenas os novos modelos e 2020 a Huawei ainda vai estar a colocar no mercado telefones produzidos no ano passado e que não são abrangidos pela proibição.