Já em dezembro, a revista alemã Manager Magazin tinha publicado a notícia de que a plataforma ID.3 da Volkswagen não funcionava, embora a fabricante mantivesse os planos e o calendário de lançamento para o verão de 2020. O objetivo na altura era construir e armazenar mais de 20 mil VW ID.3 e disponibilizar o software para dez mil viaturas em março. Agora, a mesma revista cita fontes próximas que revelam que o software não está a funcionar, com relatos de que “a arquitetura de base foi desenvolvida com demasiada pressa”, o que faz com que haja “quebras” e que os vários módulos “não comuniquem corretamente”.
O CEO Herbert Diess assumiu publicamente que o VW ID.3 é tão importante para a marca como foram o Beetle ou o Golf. Este é o primeiro design de carro elétrico que a Volkswagen prepara de raiz e que deve ser mais barato do que os modelos de luxo da Audi e da Porsche. A plataforma MEB e o software vão ser fundamentais para a estratégia de eletrificação do grupo. A notícia da revista alemã avança que há dez mil técnicos da Volkswagen, Audi, Porsche e subcontratados a trabalhar para que não se registem atrasos, e que os membros do Conselho de Administração e das equipas de desenvolvimento se reúnem duas vezes por dia para discutir os problemas e respetivas soluções. Um dos participantes destas reuniões confirmou que os utilizadores de teste estão a relatar cerca de 300 bugs de software por dia.
Apesar de o CEO se manter publicamente confiante de que a janela de lançamento vai ser cumprida, internamente há quem estime que irá haver um atraso que pode ir dos três aos 12 meses. Com estas dificuldades, o grupo Volkswagen enfrenta outros problemas como o lançamento da plataforma ID.4 para veículos elétricos a lançar nos EUA e na China. Os engenheiros que estão a criar o ID.4 não devem ser capazes de terminar o seu trabalho sem a ajuda dos programadores que estão a ser ‘desviados’ para salvar a versão ID.3.
Para este ano, o grupo tinha anunciado a intenção de vender cem mil veículos VW ID.3 e 70 mil Audi E-Trons. Caso não consiga atingir estas vendas, a empresa pode receber uma multa de dez mil milhões de dólares por não cumprir com os objetivos relacionados com a emissão de CO2.
O atraso no ID.3 e a paragem de vendas da linha E-Tron relacionada com falta de baterias, baixaram os alvos para 80 mil e 40 mil unidades respetivamente.