A tecnológica Cisco, o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça (IGFEJ), a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e o Centro Protocolar de Justiça (CPJ) assinaram um memorando de entendimento que vai permitir a reclusos de alguns estabelecimentos prisionais terem acesso a formação em novas tecnologias.
O memorando, assinado já a 12 de fevereiro, foi batizado de “Academia da Justiça” e vai funcionar numa lógica de ensino por via digital (e-learning). Segundo a informação partilhada, os reclusos vão ter acesso a cursos online, avaliações, estudos de casos e também a ferramentas próprias para a realização das formações. Segundo um comunicado do Governo, “o protocolo não envolve contrapartidas financeiras por parte da DGRSP e permitirá dar destino útil a equipamento informático do IGFEJ já descontinuado”.
A Academia da Justiça vai ter por base o programa Cisco Networking Academy (NetAcad), que tem cursos especializados nos temas de redes e cibersegurança.
“Queremos assumir um papel relevante no crescimento e competitividade do país e, por isso, estamos totalmente empenhados neste projeto tão importante, que visa a capacitação digital dos reclusos de várias instituições prisionais. Esperamos que esta colaboração possa prolongar-se no tempo e que os resultados sejam extremamente positivos para todas as partes envolvidas”, sublinha, em comunicado, Miguel Almeida, diretor-geral da Cisco Portugal.
Enquanto a tecnológica fica responsável pelo desenvolvimento dos conteúdos para os reclusos, a IGFEJ vai ficar responsável por nomear os administradores e instrutores da Academia da Justiça. Já a DGRSP e a CPJ vão ficar responsáveis pela definição de quais os estabelecimentos prisionais que vão ter acesso ao projeto, assim como pela criação do calendário das formações.
Esta não é a primeira vez que a Cisco implementa um projeto de formação em novas tecnologias em estabelecimentos prisionais: em 2005 a empresa já tinha estendido a iniciativa Academias, sobretudo direcionada para universidades, politécnicos e escolas secundárias, até às prisões. Em 2016, o projeto Justiça + Próxima incluía uma componente de formação, a Academia Recode, que contava com o apoio da Cisco e da Microsoft, na formação de reclusos em programação informática.