Os operadores de telecomunicações portugueses investem, em conjunto, uma média de mil milhões de euros por ano. O valor é apresentado pela Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas (Apritel) num comunicado no qual faz um retrato do setor das comunicações eletrónicas em Portugal. O valor tem por base os “relatórios e contas dos operadores” e entre 2014 e 2018 representou um investimento acumulado de 5,3 mil milhões de euros.
O nível de investimento representa, em média, 22% das receitas totais que os operadores de telecomunicações têm tido, acima da média de 18% registada a nível europeu segundo o índice STOXX Europe 600 Telecommunications. Ainda de acordo com a Apritel, o setor das comunicações eletrónicas representa 2,3% do PIB de Portugal e é responsável por 17.265 empregos diretos.
“Os associados da Apritel, que têm contribuído fortemente para o desenvolvimento do setor e do País, mantêm o seu foco naquilo que consideram essencial para o desenvolvimento do País e para o bem-estar das populações: um elevado nível de investimento na inovação das suas redes e serviços, de molde a disponibilizar, a todo o País, infraestruturas de excelência e serviços com maior qualidade, aos melhores preços”, lê-se no comunicado.
Os dados da associação sublinham ainda o facto de as receitas conjuntas dos operadores de telecomunicações terem caído 20% entre 2012 e 2018 – de 4,46 mil milhões de euros para 3,6 mil milhões –, algo que se deve à quebra da receita média por serviço – passou de 16 euros em 2012 para 12 euros em 2018.
A Apritel, agora liderada pelo antigo ministro Pedro Mota Soares, volta a destacar ainda um estudo da Deloitte que aponta que Portugal tem comunicações 20% a 34% mais baratas do que as médias de dez países da União Europeia (UE) – valores que o presidente da Autoridade Nacional da Comunicações (Anacom), Cadete de Matos, rebateu recentemente, dizendo que nos últimos 10 anos, os tarifários de telecomunicações praticados em Portugal subiram 12,5%, enquanto a média da UE foi de 10,9%.