Tudo começou em julho com a descoberta de uma gráfica que produzia notas falsas de 10 e 50 euros com o propósito de as distribuir na Darknet a partir de Portugal. Dessa primeira operação haveria de resultar a detenção de cinco suspeitos – mas a missão iniciada pela Polícia Judiciária estava longe de ser dada por concluída. Entre 9 e 11 de dezembro, várias polícias de investigação coordenadas pela Europol detiveram 11 de um total de 44 suspeitos inquiridos durante buscas realizadas na Alemanha, Áustria, Espanha, França, Grécia, Irlanda e Luxemburgo. A operação foi batizada de Deep Money
De acordo com um comunicado da Europol, a rede de suspeitos que, possivelmente, terá estabelecido relações com a gráfica desmantelada no passado verão em Portugal tinha em sua posse várias notas de euro falsas, bem como estupefacientes, armas, substâncias dopantes, medicamentos ilegais, criptomoedas, e documentos falsificados.
As estimativas dos policiais apontam para um total de 26 mil notas de euros falsas que terão sido introduzidas no mercado a partir da gráfica portuguesa que operava na Darknet. Durante as buscas levadas a cabo em 27 casas na Alemanha, as autoridades haveriam de ser conduzidas a uma segunda gráfica ilegal, que estava especializada na produção de documentos falsificados (o comunicado da Europol não esclarece se se tratam de documentos de identificação pessoal).
A Europol recorda que a rede de distribuição de notas falsas, que é apresentada como a segundo maior do género alguma vez desmantelada na Europa, só pôde ser descoberta depois do trabalho inicial da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
«Este esforço conjunto da justiça europeia demonstra, uma vez mais, que o anonimato na darknet pode ser combatido com uma boa cooperação internacional», sublinha a Polícia Judiciária em comunicado.