Estamos sempre a falar em lucros, e bastante elevados, mas a pressão dos analistas sobre a Apple (à semelhança do que acontece com todas as maiores empresas da tecnologia) levou a que Tim Cook tivesse enviado uma carta aos investidores a explicar os motivos da revisão em baixa dos resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre fiscal da Apple que é o último trimestre do ano. A empresa vai apresentar receitas na ordem dos 84 mil milhões de dólares. A previsão apontava para valores entre os 89 mil milhões e os 93 mil milhões de dólares.
O CEO da Apple aponta quatro razões para esta variação em baixa: a valorização do dólar que tornou os equipamentos mais caros em mercados internacionais; o fraco crescimento nos mercados emergentes; a data de lançamento dos novos iPhones (em outubro e não em setembro); algumas restrições às vendas do Apple Watch, do iPad, do MacBook Air e dos AirPods.
A desaceleração da economia chinesa (que registou no segundo semestre de 2018 o pior crescimento do PIB nos últimos 25 anos) terá sido o principal motivo que levou a Apple a efetuar esta revisão em baixa.
Tim Cook escreve que: «Antecipámos alguns cenários nos mercados emergentes, mas não previmos a desaceleração económica registada, particularmente, na China».
Para esta situação também poderá ter contribuído a guerra comercial entre os EUA e a China que tem sido fomentada por Donald Trump.
As vendas do iPhone são responsáveis por 60% dos resultados financeiros da Apple e a redução de vendas do equipamento teve impacto direto nos lucros da empresa americana.
As ações da Apple caíram 7% ontem, depois da missiva de Tim Cook, e a empresa, que já foi a mais valiosa do mundo, está atrás da Amazon e da Apple em valor bolsista.