As luzes continuam focadas no Facebook e nas práticas de partilhas de dados, reveladas com o escândalo do Cambridge Analytica. Segundo uma investigação do New York Times, documentos internos do Facebook revelam um acordo com a Microsoft para a cedência dos nomes dos utilizadores, sem o consentimento destes, para serem usados no Bing. Por outro lado, havia ainda um acordo que permitia que o Netflix e o Spotify pudessem ler as mensagens privadas dos utilizadores. À Amazon era permitido aceder a nomes de utilizadores e informações de contactos através dos amigos e o Yahoo conseguia ver streams de posts até este verão.
Em julho, o Facebook admitiu ter acordos de cedência de dados com dezenas de tecnológicas e também confessou ter continuado com as práticas de partilha com 61 fabricantes de hardware e software, apesar de ter dito, em maio de 2015, que tinha cessado esta partilha.
Os novos documentos vistos pelo NYT revelam acordos com mais de 150 empresas, a maioria tecnológicas, mas também das indústrias de media e automóvel. Ao abrigo destas parcerias, o Facebook terá fornecido dados de centenas de milhões de utilizadores todos os meses. Alguns destes documentos revelam que havia parcerias ativas ainda este ano.
A Amazon reagiu dizendo que a partilha não violava a sua política de privacidade, uma vez que tal acontece quando os clientes optam por sincronizar a conta Amazon com a conta do Facebook. A Microsoft disse que tomou as medidas necessárias para garantir que os dados obtidos não seriam usados para criar perfis para publicidade. Por fim, a Netflix reagiu explicando que tentou usar os dados do Facebook para aumentar a usabilidade do serviço e que nunca foram lidas mensagens privadas dos utilizadores.