A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) voltou a pôr em dúvida nos descontos praticados no dia de promoções conhecido como Black Friday, que decorre esta sexta-feira em muitas cadeias de lojas especializadas em tecnologias. Apesar de lembrar que não se trata de uma situação generalizada, a associação denuncia a existência de «manipulação de preços e práticas comerciais lesivas» e diz que há casos de aumentos de preços nas vésperas da Black Friday, com o único propósito de ludibriar os consumidores com descontos súbitos na tão aguardada sexta-feira.
A DECO recorda que há superfícies comerciais que são reincidentes na alegada manipulação de preços. Uma prática que, no entender da associação, poderia ser solucionada com recurso a gráficos: «Ainda em 2015, a DECO denunciou o caso à ASAE e à Direção-Geral do Consumidor, solicitando-lhes mais fiscalização e a respetiva sanção das infrações. Junto do Ministério da Economia reforçou a necessidade da divulgação do preço mínimo praticado nos 30 dias anteriores ao desconto ou promoção anunciado e, nas lojas online, a apresentação gráfica da variação dos preços praticados, ao menos, nos últimos 30 dias».
A DECO reitera ainda que a análise aos preços da Black Friday que foi apresentada esta sexta-feira em comunicado tem por base várias denúncias dos consumidores. «Esta manipulação de preços não é generalizada, mas põe em xeque a Lei dos Saldos e das Promoções e a Lei das Práticas Comerciais Desleais, pois leva o consumidor a acredita que está a comprar com um desconto real, quando, na verdade, não está».
Para evitar eventuais logros nesta sexta-feira dos descontos, a DECO disponibilizou aos consumidores um comparador de preços. Os consumidores que se sintam defraudados também recorrer a uma plataforma de recolha de reclamações.