A notícia surgiu na Bloomberg na semana passada: Apple e Amazon estariam a ser espiadas através de microchips produzidos pela Super Micro e instalados nos centros de dados destas tecnológicas no momento da sua criação. Esta chips terão sido encontrados nos servidores em 2015 e o processo estará a ser investigado pelas autoridades norte-americanas. O Department of Homeland Security confirmou que estava ciente de que havia relatos de que a cadeia de fornecimento nas tecnológicas poderia estar afetada, mas que «neste momento, não temos razões para duvidar das afirmações das empresas nomeadas nesta história», cita a Cnet.
As duas tecnológicas desmentem estar a ser espiadas pelo governo chinês. Do lado da Apple, a empresa de Cupertino explica que os jornalistas da Bloomberg podem estar a confundir um incidente isolado anterior, que envolveu um driver infetado da Super Micro num dos laboratórios com um ataque concentrado e de grande escala. «Se houvesse algum evento como o que Bloomberg descreve, seríamos transparentes e iríamos colaborar com as autoridades», escreve a Apple. Por outro lado, a empresa refere estar a monitorizar o tráfego de saída para tentar perceber se está a ser alvo de malware e até agora não encontrou nada.
Também a Amazon escreve que não foram encontradas provas da presença de malware ou hardware espião nos seus centros de dados. Steve Schmidt, CIO da Amazon, escreve que «há tantas imprecisões neste artigo no que se relaciona com a Amazon que são difíceis de contar».
Por seu lado, a Bloomberg reforça que tem seis fontes relacionadas com a segurança nacional, membros das administrações Obama e Trump, que ofereceram detalhes sobre a descoberta dos chips e sobre a investigação em curso. A agência revela ter ainda obtido detalhes junto de fontes da Apple e da AWS que corroboram esta investigação.
A Amazon terá inclusivamente vendido as suas instalações na China por 300 milhões de dólares ao ter descoberto que estariam a ser espiadas pelo governo chinês.
Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China também recusou a participação neste alegado esquema e descreveu a China como um país defensor da cibersegurança.