Se o funcionário carregasse no link que recebeu, em junho de 2018, seria instalado o malware Pegasus, criado pela israelita NSO Group. Esta empresa dedica-se a vender este tipo de software a governos, pelo que se acredita que haja um governo hostil por trás da tentativa. O responsável de tecnologia da Amnistia Internacional, Joshua Franco, revela que «acreditamos que isto foi uma tentativa deliberada de um governo hostil se infiltrar na rede de trabalho de direitos humanitários da Amnistia Internacional», cita o Gizmodo.
O Pegasus é um malware que permite roubar fotos e mensagens, monitorizar chamadas, espiar através de uma câmara e manter o registo de todas as teclas que são pressionadas. A tentativa de ataque foi feita a um funcionário que trabalha na campanha pela libertação de seis ativistas detidos na Arábia Saudita e que protestavam a favor dos direitos das mulheres. O funcionário recebeu uma mensagem no telefone com um pedido de ajuda sobre os direitos humanitários na Arábia e que continha o link que descarregaria o Pegasus.
A investigação revela que um segundo ativista dos direitos na Arábia Saudita também recebeu um mensagem semelhante.
Investigações recentes ligam o software da NSO Group a pelo menos ataques a 174 indivíduos, noticiou a Forbes. A empresa defendeu-se dizendo que criou o software para ajudar os governos a identificar e interromper atividades criminosas e terroristas. «Qualquer uso da nossa tecnologia contra esse objetivo é uma violação das nossas políticas, dos nossos contratos legais e dos valores que defendemos enquanto empresa», disse a NSO Group.