No primeiro trimestre de 2019, os utentes e os profissionais da Loja do Cidadão do Porto vão passar a contar com uma ajuda especial: uma robô humanoide com o sugestivo nome de Lola, que curiosamente foi escolhido em jeito de celebração dos 20 anos da Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa. Esta é uma das medidas que constam no mais recente capítulo do Simplex+2018 que deverá ser apresentado quarta-feira em Lisboa.
O Jornal de Notícias revela esta quarta-feira que a Lola deverá estar equipada com umas rodas, mas lembra que o rosto, que deverá ter traços humanos para fomentar a empatia, ainda não é conhecido. Ao que a Exame Informática apurou a escolha do fornecedor do autómato ainda está a decorrer.
No guião de medidas disponibilizado aos meios de comunicação o Governo descreve da seguinte forma as funcionalidades que o humaoide deverá assumir no atendimento ao público: «disponibilização de um interface digital intuitivo – robô – que auxilie o cidadão no encaminhamento para um determinado serviço dentro da Loja de Cidadão e medeie a realização de serviços online através de tutoriais. Uma das potencialidades da LOLA é reduzir o número desenhas que são tiradas erradamente, ou seja, para um serviço que não responde ao que se pretende, reduzindo o número de desistências e consequentemente aumentando a satisfação do utente».
Deste novo funcionário público robotizado espera-se o apoio na execução de tarefas simples que apenas servem para congestionar guichés e repartições. «A Lola trata-se desse passo, que é importante dar, aproveitando o melhor que nos pode dar. Essa robô torna o acesso à Loja do Cidadão do Porto mais simples, intuitivo e onde o cidadão é encaminhado para o serviço pretendido. A Lola terá ainda computadores que resolvem pequenas situações – como sugerir o agendamento online de uma marcação», explicou Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, quando questionada pelo JN.
A inclusão de robôs na Administração Pública pode ser encarada como uma evolução lógica na automatização que se assiste na sociedade atual – o que levanta a questão já conhecida noutros setores: será que os robôs vão ser usados para tirar trabalho a funcionários públicos de carne e osso? Nas declarações que forneceu ao JN, Maria Manuel Leitão Marques reitera que os testes com os autómatos não devem ser encarados como uma ameaça para o emprego na AP: «Há coisas muito importantes para dar aos funcionários públicos, que não se resuma a: “vá para ali, vá para acolá”. São rotinas que as máquinas podem fazer. Precisamos de funcionários que atendam de forma personalizada os cidadãos, que lhes expliquem os serviços, com uma linguagem clara, para que percebam toda a informação. Isso só um humano pode fazer».