Elvira Fortunato já havia ganho em 2008 um primeiro prémio de 2,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC) pelo trabalho levado a cabo na área da eletrónica transparente. Passados 10 anos, o mesmo organismo criado pela Comissão Europeia para apoiar a inovação e a ciência volta a distinguir a professora da Universidade Nova de Lisboa que dirige o Centro de Investigação de Materiais do Laboratório Associado (i3N) e que fica para a história como a mentora dos primeiros transístores de papel. Desta vez, o apoio do ERC está avaliado em 3,5 milhões de euros e tem em vista o financiamento de um novo laboratório.
De acordo com o Diário de Notícias que cita um comunicado sobre a atribuição da bolsa, o valor agora garantido pela investigadora que dirige o i3N será aplicado num projeto denominado “Multifunctional Digital Materials Platform for Smart Integrated Applications” (DIGISMAT). O futuro DIGISMAT tem uma missão ambiciosa: desenvolver uma nova geração de de circuitos integrados e componentes de eletrónica, que não recorrem ao silício. Além de matérias amigas do ambiente, a equipa liderada por Elvira Fortunato deverá investigar as propriedades dos diferentes materiais à nanoescala, bem como a criação de dispositivos capazes de executar mais do que uma função.
Nos últimos anos, os investigadores do i3N têm vindo a expandir o conceito iniciado com os transístores de papel a outros componentes que permitem criar todo um circuito eletrónico sem usar silício. O painel solar de papel foi a mais recente inovação a ser conhecida nesta matéria.
Desta vez, os trabalhos da líder do i3N deverão incidir no desenvolvimento de tecnologias que possam adaptar-se a diferentes funções, sem descurar a ecologia.
«Com esta segunda bolsa irá ser instalado um laboratório de nano caracterização avançada, que esperamos vir também a ser uma referência internacional», promete Elvira Fortunato em comunicado.