A consultora IDC divulgou os números relativos ao mercado de PCs tradicionais – desktops, portáteis e workstations – para o 3º trimestre na EMEA (região que engloba a Europa, Médio Oriente e África) e neles pode encontrar-se uma tendência para a estagnação, já que se registou uma quebra de 0,5%. Até aqui, nada de extraordinário. O extraordinário encontra-se quando esmiuçamos os resultados e constatamos que em Portugal se verificou um crescimento de 32,2%! Mas vamos por partes.
De acordo com os dados da IDC, o mercado global de PCs tradicionais na Europa Ocidental contraiu 1,3% quando comparamos os resultados obtidos no 3º trimestre deste ano com os de 2016: uma perda de 5,2% no caso dos desktops e de 0,1% no dos portáteis. Contudo, os países do sul da Europa conseguiram obter resultados positivos: a França cresceu 1,8%, a Espanha 5,9% e Portugal os referidos 32,2%.
O que justifica esta disparidade nos números? Foi o que perguntámos à IDC. Daniel Gonçalves, Senior Research Analyst da IDC Western Europe Personal Computing Devices, refere que «o mercado português está realmente muito acima do mercado global da Europa Ocidental» e explica porquê: «Após anos de performances muito fracas, a melhoria na situação geral macroeconómica no país está a gerar um aumento na procura à medida que os índices de confiança de consumidores e empresas e os rendimentos disponíveis aumentam.» O analista afirma que os consumidores se sentem agora «mais compelidos a renovar os seus dispositivos», após anos de sucessivos adiamentos que levaram a uma base instalada antiquada.
Assim, o mercado de consumo nacional, que foi o mais afetado durante o período de erosão, é o que está agora a registar melhor comportamento. Daniel Gonçalves salienta que os vendedores foram particularmente ativos na campanha de regresso às aulas e que os portugueses também estão mais recetivos a campanhas como Black Friday ou Cyber Monday. O segmento empresarial está igualmente a voltar a «crescimentos sólidos», principalmente impulsionados pelo setor privado, já que os gastos públicos continuam limitados.
HP mantém liderança na EMEA
No que diz respeito aos fabricantes, continuamos a assistir a uma tendência de consolidação no mercado global da EMEA, com as três maiores marcas a ganharem ainda mais quota. No 3º trimestre, o top 3 ficou 60,2% do mercado, sendo que no período homólogo do ano passado o valor era de 57%.
A HP continua a liderar na EMEA, com 27,2% de quota de mercado. A Lenovo ocupa a segunda posição e alcançou uma performance particularmente boa no segmento empresarial. A Dell mantém o terceiro lugar e registou números especialmente relevantes no que diz respeito a portáteis para o consumo. Asus e Acer encerram o top 5, mas ambas as marcas perderam quota de mercado em relação ao ano passado.
Quota de Mercado para PCs tradicionais na EMEA no 3º trimestre de 2017 (Fonte: IDC)
1º) HP – 27,2%
2º) Lenovo – 21,3%
3º) Dell – 11,7%
4º) Asus – 8,9%
5º) Acer – 8,4%