Os sites que foram bloqueados em Portugal por partilharem vídeos sem a devida autorização perderam entre 60,1% e 75,5% dos acessos diários. Os dados acabam de ser revelados pela Motion Picture Association of America (MPAA), num estudo que aponta Portugal como um exemplo no que toca ao combate à pirataria na Internet.
O estudo da associação que representa os maiores estúdios de Hollywood teve por ponto de partida os principais 250 sites que disseminam conteúdos não autorizados. Entre estes sites encontram-se 22 que já haviam sido bloqueados em Portugal ao abrigo do Memorando que juntou operadores e representantes dos direitos de autor em torno da agilização do bloqueio de sites piratas. O estudo dividiu estes 22 sites bloqueados em dois grupos: um primeiro em que o estudo começou em setembro de 2015 e se estendeu durante os seis meses seguintes; e ainda um segundo grupo com sites que foram bloqueados em novembro de 2015 e que foi estudado durante os três meses seguintes. O primeiro grupo de sites bloqueados terá registado uma perda 75,1% de acessos, enquanto no segundo grupo registou-se uma perda de 60,1% dos acessos.
«Fica assim demonstrado, por um lado, que o bloqueio teve um efeito inicial positivo, uma vez que reduziu o número de utilizadores em Portugal; por outro lado, o relatório encontrou poucos elementos que sugiram que os utilizadores mudaram para domínios alternativos, especificamente associados a sites bloqueados, com vista a acederem a conteúdos ilegais», refere Paulo Santos, diretor executivo da Associação Portuguesa de Defesa das Obras Audiovisuais (FEVIP), em comunicado.
A FEVIP recorda que o Memorando de Entendimento já mereceu elogios em eventos organizados em Espanha e deverá ser apresentado em breve no Senado Francês.
Até à data, o Memorando de Entendimento já levou ao bloqueio de 500 sites que promoviam a partilha de conteúdos piratas. O Memorando atribui ao Movimento Cívico Antipirataria na Internet (MAPINET) a responsabilidade de recolher denúncias e identificar sites piratas, que deverão figurar nas listas de alvos a bloquear pelos operadores de telecomunicações, depois de confirmada, a disseminação de conteúdos piratas.
O comunicado da FEVIP também é reveladora quanto aos índices de popularidade dos diferentes sites que disseminam conteúdos sem autorização em Portugal: mega.nz liderava o ranking em fevereiro; filmesonlinegratis.net e toppt.net ocupavam o segundo e o terceiro lugares.