A Portugal Ventures, entidade criada pelo IAPMEI, AICEP e vários bancos portugueses, lança hoje a terceira leva de candidaturas para a criação de startups tecnológicas. O prazo de inscrição de candidaturas encerra a 30 de maio.
A par do apoio máximo de 750 mil euros, a terceira call for entreperneurship conta ainda com um atrativo suplementar: todos projetos que sejam selecionados vão passar dois a três meses num espaço que a entidade especializada em capital de risco acaba de garantir no interior da incubadora Nest GFC, em Redwood City, no famoso Silicon Valley da Califórnia.
«Neste momento, há espaço para garantir a presença de um máximo de 10 empresas. Cada empresa pode ficar na incubadora o período máximo concedido pelas autoridades dos EUA (três meses para turistas). A ideia é que estas empresas vão para Silicon Valley no período de aceleração, para que possam expor os seus negócios a potenciais clientes e investidores», explica João Pereira, diretor da Unidade de Venture Capital da Portugal Ventures.
Os projetos que já foram abrangidos pela primeira e segunda calls também vão ser convidados a fazer uma passagem pela incubadora situada num dos mais famosos “berços” das tecnologias mundiais.
Em breve, a Portugal Ventures deverá a conhecer os oito projetos selecionados, durante a primeira call, pelo júri de peritos nacionais e internacionais. Os projetos selecionados pela segunda call só deverão ser conhecidos em junho.
Na primeira call, cada um dos oito projetos selecionados deverá receber um investimento médio de 300 mil a 400 mil euros, havendo um que se aproxima do máximo de 750 mil euros. O capital investido pela Portugal Ventures é convertido em ações das startups. O modelo de investimento pressupõe que o promotor é o acionista maioritário, a fim de garantir que há um vínculo forte entre empresário e empresa.
No roteiro da Portugal Ventures, constam quatro calls por ano (janeiro, abril, julho; outubro), que preveem um investimento total de 20 milhões de euros. A um ritmo cruzeiro, prevê-se que o programa possa ajudar a criar um máximo de 100 negócios por ano nas áreas das tecnologias, web, nanomateriais e ciências da vida.
Na Portugal Ventures, já se sabe que nem todos os projetos selecionados vão vingar: «é possível que de 100 projetos apoiados num ano, apenas 20 cheguem a segunda fase de crescimento», ressalva João Pereira.
Na denominada fase de early stage, a participação da Portugal Ventures poderá chegar a 2,5 milhões de euros por projeto – desde que o promotor garanta um valor igual ou superior através de investidores privados. Está prevista ainda uma terceira fase de investimento, que poderá beneficiar com um apoio máximo de 10 milhões de euros por projeto – mas, nestes casos, a participação da Portugal Ventures não poderá exceder 20% do capital aplicado no negócio, correspondendo os restantes 80% a investimentos privados, que poderão ser estrangeiros.
João Pereira recorda que os projetos são selecionados tendo em vista o potencial que podem vir a ter no mercado global. «Em Portugal poderá não haver dinheiro suficiente para investir em projetos de grande envergadura. Além disso, faz sentido que um projeto que pretende ser internacional garanta investidores no estrangeiro. Isso significaria que Portugal também entra no radar dos investidores».
A primeira call registou 143 candidaturas; a segunda não foi além das 95. João Pereira prefere não fazer previsões quanto à terceira call, lembrando apenas que os projetos que não passaram nas primeiras calls não estão impedidos de tentar a sorte noutras vagas de investimento: «houve pessoas que se candidataram às primeiras calls e que recomendámos que regressassem mais tarde, quando as ideias de negócio já estivessem mais maduras».