Em janeiro, o jovem funchalense recebeu um e-mail que dava conta de que a Apple estava interessada em recrutar pessoas para estágios na delegação de Austin, EUA. Mesmo sabendo que o anúncio de recrutamento haveria de captar o interesse de milhares de jovens de todo o mundo, José Nelson Alves não se fez rogado nem modesto e candidatou-se à vaga. E depois de três entrevistas telefónicas com o supervisor do estágio, descobriu que tinha sido um dos eleitos.
A boa nova chegou em abril – e a partida para Austin, no Texas, está agendada para 5 de junho. Pelo meio, o jovem funchalense vai ter de fazer uma pausa de três meses no mestrado “Interação Homem-Máquina”, que é lecionado conjuntamente pela UMa e pela Universidade de Carneggie Mellon, dos EUA.
«Gostava de continuar na Apple depois de acabar o mestrado em dezembro», admite Nelson Alves, que antes de iniciar o mestrado foi investigador na UMa.
Apesar de ter errado a previsão inicial e de não ter sido contratado pela Microsoft, o jovem madeirense mantém as expectativas intocadas: «Vou trabalhar para uma grande empresa – e vou para o lugar onde queria estar nesta altura do mestrado».
Ícones como o iPad e o iPhone são sempre atrativos para todos os profissionais de tecnologias, mas José Nelson Alves sabe que vai ter de aplicar os conhecimentos noutras áreas menos conhecidas do público em geral, mas que são igualmente desafiantes: «Vou trabalhar na deteção de fraudes no processo de fabrico de equipamentos, que no caso da Apple é feito por subcontratação».
José Nelson Alves domina com à vontade PHP, JavaScript e Ruby on Rails e diz-se disposto a aprender outras linguagens de programação. Mas sabe que a Apple, geralmente, costuma dar alguma liberdade na escolha da tecnologia usada para executar um trabalho. «Vou esforçar-me por fazer bem as coisas, mas vou ter sempre um espacial cuidado com o design, porque é importante as coisas não só funcionarem, mas também ficarem bonitas», acrescenta José Nelson Alves.
Não há uma receita milagrosa que garanta emprego na Apple, mas o jovem funchalense refere que as vitórias em concursos organizados pelo Facebook e pelo Yahoo jogaram a seu favor: «Ajudou muito porque a Apple valoriza muito a capacidade de execução de um trabalho num curto período».
A viagem para a Austin não será a primeira de José Nelson Alves rumo aos EUA. No início do mestrado, o jovem passou seis meses em Pittsburgh e essa primeira experiência também o ajudou a dissipar as dúvidas quanto ao futuro em geral e aos EUA em particular: «Gostava de trabalhar na Apple, pelo menos um ou dois anos, e depois tentar a minha sorte, nos EUA, com um projeto meu. É algo que quero fazer nos próximos cinco anos».